Escritas

Quero dizer quanto sinto a saudade sua

Quero saber por quanto tempo ainda vou sentir

Lhe escrevo cartas mas nem sei seu endereço

E nem se lhe conheço tanto quanto um dia conheci

Em versos isolados de cada canção

Escuto os berros que me saem do coração

Na minha mente eu vago pelos olhos que são seus

E as canções que eu escuto todo mundo já esqueceu

Se conheceu

E aí então, esqueço do futuro e passo

O tempo viajando pra trás

E aí então, eu vejo no escuro o espaço

Que essa sua falta me traz

E o que essa sua falta me traz?

Em tantos textos que nem sei o que lhe peço

Eu proso, eu verso, eu argumento minha confusão

E as palavras vão surgindo, vêm na hora

O que me demora é ajeitar todas com perfeição

Assim parece fácil falar de nós dois

Mas se você está perto eu deixo pra depois

Que bobo, que patético e ridículo sou eu

As coisas que escrevo qualquer tolo já escreveu

E escondeu

E aí então, esqueço do futuro e passo

O tempo viajando pra trás

E aí então, eu vejo no escuro o espaço

Que essa sua falta me traz

E o que essa sua falta me traz?

Excessos que limitam a razão

Em versos pra chegar ao coração

Dispersos não revelam a paixão

Inversos só entregam a aflição

Dramáticos pra quem não vai viver

Tão práticos pra quem quer esconder

Simpáticos pra quem quiser saber

Elásticos pra quem quer esquecer

tem horas que não ligo pro final

Agora já não sei se me faz mal

Por fora eu pareço tão normal

Demora, mas, como tudo, é mortal

E vai viver pra sempre, eu sei, aqui em algum lugar

E vai passar...e vai passar...

E vai voltar

E aí então, esqueço do futuro e passo...

E aí então, eu vejo no escuro o espaço...

E aí então, esqueço do futuro e passo

O tempo viajando pra trás

E aí então, eu vejo no escuro o espaço

Que essa sua falta me traz

E o que essa sua falta me traz?

O que essa sua falta me traz?

O que essa sua falta me traz?