No Vermelho da Terra

Não há céus onde só se vê horrores

e o andar tremulo dos decepados

num mundo sem sons e nem cores

olhos injetados de um T4 imaculado

Deram ao verme um gatorade

na veia azulada pela ausência de um céu

no furinho puseram um band-aid

preservando o veneno coitadinho

pra não cair do arranha-céu

Desperdiçam esperanças nas escadas

ao descer porões escuros e molhados

sem ventanas um cheiro imolado

que escorre pela pele pelo ato acabado

A indecência agora é cumprida

como um defeito benevolente da miséria

que desprende de homens perdidos

e emana sobre o vermelho da terra