Privamos-nos do cheiro do lápis
quando é apontado.
Privamos-nos do ouro solar
quando é pôr-do-sol.
Privamos-nos do calor do abraço
quando é cotidiano.
Privamos-nos dos amigos
quando é formal.
Privamos-nos do pudim
quando é regime.
Privamos-nos de sonhar
quando é preocupação.
Privamos-nos de brincar
quando é adulto.
Privamos-nos de sorrir
quando é saudade.
Privamos-nos de viajar
quando é economia.
Privamos-nos de amar
quando é egoísmo.
Para cada privação descabida
o inverso na mesma proporção.