O meu candidato

O meu candidato

(Porque o que não admito é que tentem me fazer de besta)

Candidato que enrola com mentira

E imagina que o povo é sem memória

Que se une aos inúteis e à escória

E que arranja desculpas, que conspira

Que pra ter muito luxo sempre tira

Dos mais pobres saúde, casa e pão

que reparte entre os seus a comissão

E promete que vão ter muito mais

Pode ser candidato dos demais

Mas meu voto esse cara não tem não.

Candidato que brinca com as leis

Porque acha que o povo é sem-vergonha

E persegue qualquer um que se oponha

Demitindo quem sabe o que ele fez

Que perdeu a moral e a sensatez

E que tenta provar que tem razão

Quando a máscara imunda cai no chão

Sempre arruma um jeitinho de escapar

Pode ser candidato do lugar

Mas meu voto esse cara não tem não.

Candidato que não tem compostura

E um jovem pra ele é só um voto

Que investe fortuna numa moto

E nenhuma moeda pra cultura

Que promete e não faz, superfatura

Desviando a já pouca dotação

E tirando do povo a educação

A saúde, o emprego e a esperança

Pode ser candidato da festança

Mas meu voto esse cara não tem não.

Candidato sem honra e compromisso

Que promete o que dele não depende

Que ilude e não faz nem se arrepende

E de quebra se atola em mil enguiços

Em escândalos, roubos... mais que isso:

Que inda diz que foi tudo uma armação

Pra ninguém ver a lama em sua mão

E fazer todo mundo de palhaço

Pode ser candidato dos ricaços

Mas meu voto esse cara não tem não.

Candidato que troca a honestidade

Pelas mais descabidas falcatruas

Que só anda no centro e em poucas ruas

Com carrão sem a placa da cidade

com raiban que lhe acenda a vaidade

E lhe esconda no jogo da omissão

Esse pode esperar pela eleição

Que nas urnas vai ter o que merece

Pois quem rouba do povo sempre esquece

Mas meu voto esse cara não tem não.

Buritizeiro, 7 de julho de 2008 (18h14)