DESABAFO

Não há nenhum tesão ver velhinhos morrerem nas "filas"

As crianças do meu país sem leite, sem pão

O desemprego rondando cada lar brasileiro

A reforma agrária um sonho distante

A fuga de cabeças-pensantes pra outras terras

A violência urbana cada vez mais perto do meu quintal

A educação pública nefastamente abandonada

Assim caminha nosso país

Os senhores do poder verdadeiros cafetões do nosso dinheiro público

Gozando com o pau dos outros corneados pela massa

Suas esposas verdadeiras putas de luxo

Suas proles viciadas e mal amadas

Tratando o público como se fosse o privado

A impunidade está estampada na imprensa diária

Cada dia um novo escândalo sangra minha alma

Assim caminha nosso país

O poder religioso ou está de braços dados ou de olhos vendados

Satisfazendo suas taras sexuais

Flagelando seus corpos podres

Dando a bunda para algum proletariado

Históricamente todo país desenvolvido

Passou por uma grande convulsão social

O sonho desta poetisa a minha esperança está na guerra civil

O orgasmo esperado o tesão recolhido o desejo não declarado a poesia que eu nunca fiz

A morte é beijada com carinho

Defendo meus ideais com unhas e versos

A poesia é meu salvo conduto

Assim caminhará um dia o meu país