SEM REMÉDIO DE FLORBELA ESPANCA

Publicado por: naja
Data: 21/12/2008

Créditos

Mais um dos belos poemas de Florbela Espanca, que como ninguem, soube escrever sobre seus sofrimentos com beleza singular.
                       SEM REMÉDIO



Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que  sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então qeu eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que  é já  vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio
A mesma angústia, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

                                   Florbela Espanca

 
naja
Enviado por naja em 21/12/2008
Reeditado em 20/12/2010
Código do texto: T1346797