Mulher, mulher, mulher!
Teu verbo místico que a beleza alimenta
É diapasão dos tons que ao rouxinol afina
E impregna os astros da aura feminina,
Qual candeia azul em noites de tormenta.
Mulher, mulher, mulher!
Condão do tempo que tudo em si refaz,
Da rocha eterna à furtiva gota fugidia,
Medianeira se fez e faz na tez vazia
Do bem que havia e há na via que te traz.
Mulher, mulher, mulher!
Similar ao éter, cintila equilibrada,
Cumeeira erigida ou parca guedelha
De muitas ou duma eloqüente centelha
Que a tudo transpassa na cimeira estrelada
Mulher, mulher, mulher!
És tudo, ainda que te encontre o nada,
Como nada serei nem saberei onde vou
Se do ventre que gera o ser seu que sou
Abstrair-me de ti, terna senzala e morada.
Mulher, mulher, mulher!
Douro e tempero meus obas e ais,
Lustro os metais e enfeito-te o ninho
E com caldas de mel de ternura e carinho,
Nesses versos e rimas venho te ofertar.
Manito O Nato