Quando olho lá pra dentro

Quando olho lá pra dentro


Eu me sinto debruçado
em mim mesmo e vejo abismo,
na beirada pendurado
grito em ecos de mutismo.

Despenco em fel destilado
em cores cinzas que prismo.
Quase em mim morro afogado
nessa fossa de egoísmo.

Me engulo e cuspo de lado,
me vomito em ceticismo.
Resta em mim visco secado
por atritos de bruxismo.

Dentro, em mim, sou assustado.
Choro e cismo, choro e cismo!