AO EXMO. SR. DOIS MIL E SETE
Sê bem vindo, Dois Mil e Sete!
Vem de mansinho, chega mais...
Não te acanha! Encosta a charrete!
Papai Noel vai usá-la para seu regresso,
Pois o trenó ficou encalhado no cais.
Mas antes de entregar-lhe as rédeas,
Retira o lixo que Dois Mil e Seis acumulou.
Descarta toda a amargura e revolta.
Localiza as más intenções. Despede-as!
Arrasta as maldades, varre-as de volta!
Quem sabe o bom velhinho, agradecido,
Preocupa-se mais com o próximo Natal?
Quem sabe, em conversa ao pé-de-ouvido,
Convence o Poder Máximo Universal
A presentear melhor este planeta sofrido?
Já vai tarde teu antecessor,
Que arrasta com ele inocentes
Para seu caixão de defunto,
Nas derradeiras noites de terror
Da Cidade Maravilhosa
Às Terras de Ali-Babá,
Onde As Mil e Uma Noites,
De história rica e famosa,
Transformou-se em blábláblá.
Agora podes apear, Ano Novo!
Mas pisa primeiro com o pé direito.
Começa respeitando os costumes do povo.
Entra, senta, toma um cafezinho
Acompanhado de pão com ovo.
Tu precisas estar forte, rapaz!
Há oceanos para revitalizar,
Guerras para transformar em paz;
Há vírus circulando pelo ar,
Fome, doenças e mortes em cartaz.
Como vês, teu mandato vai ser duro.
Tua assessora é a Crença adoentada,
Que faz curativos nos arranhões do Futuro,
Eles irão apoiar-te nesta empreitada
Para iluminar a Terra nas trevas enterrada.
Mas, conta também comigo!
Na tua posse, se precisares de ajuda,
Tenho facão, tesoura e até canivetes
Para cortar os galhos de arruda,
E trançar tua coroa com confetes.
Sê Bem Vindo, Dois Mil e Sete!
(Direitos Autorais – Lei 9.610, de 19/02/1998)