UM NATAL DE MUNDO INTEIRO

De Myrtes Mathias.

Perdão, Senhor se foi tão símples

a festa que te preparei.

Desculpa haver apenas uma estrela

como decoração.

Sonda meu coração e vê porquê

foi tão simples assim.´

Há uma certa nostalgia, neste dia,

Senhor, dentro de mim.

Faltou-me coragem de gastar dinheiro

com pinheiro, velas coloridas e ramos

de azevinho, quando lembrei os milhões

que desconhecem teu caminho,

para os quais o natal não acorda

qualquer emoção.

Não, Senhor, não posso gastar em

ornamentação, quando parte da

humanidade vai dormir com fome,

sonhando com um pedaço de pão.

Meu canto não será inteiramente alegre

enquanto pensar nos milhões que

ignoram que trocaste o céu

por um berço na estrebaria para que os homens

pudessem trocar , um dia, a terra pelo

céu.

Alegrar-me-ia, Senhor, um natal

de mundo inteiro, guirlandas verdes de

polo a polo, do oriente ao ocidente,

uma grande faixa sobre o equador,

onde a humanidade lesse numa festa

que jamais se acaba: Feliz Natal!

Alegria, que a paz já reina na terra!

Um natal onde tua graça reinasse em

cada alma, abrindo todos os lábios,

em um cenário de festa, de mil lanternas

acesas. o universo transformado numa

imensa catedral,

de onde aos céus chegasse,

em todas as linguas da terra

o Teu hino de natal.

Não, não é um sonho modesto.

Peço, Senhor, teu perdão.

Tu que ves o coração sabes que se eu

peço a ti, que tanto já deste,

quando a terra desceste, plantando uma

nova estrela no Teu jardim lá do céu,

é porque desejo um mundo onde os

homens esquecidos das guerras, dos

preconceitos, já na terra desfrutassem

as glorias do reino Teu.

Por isso, Senhor Jesus, fiz Teu natal tão

modesto, quase sem decoração:

em nome deste natal que abrace o

mundo inteiro, Senhor, gastei o dinheiro

sustentando outras vidas,

que em regiões perdidas, onde não te

conhecem, foram levar o natal.

Talvez seja muito pouco mas, Senhor,

é um passo dado no ideal de atingir uma

festa universal com toda gente da terra

cantando de um polo ao outro, em mil

línguas e dialetos:

Tudo é paz! Feliz natal!

(Esta poesia está publicada em áudio com declamação de Selene Furquim de Oliveira Cruz).