LÁGRIMAS FURTIVAS, CAUDALOSAS,

SE MISTURANDO AO FRISANTE,

AO VINHO, QUE TRANSBORDA

BORBULHA NO COPO.

E UM DEUS, BACO,

BEBE, COME, CHORA E RI.

VESTIDO DE MENTIRAS

DA CABEÇA AOS PÉS

DANÇA EM VOLTA DAS FOGUEIRAS

ENVOLTO NA MAIS PURA DOR

DE SE SABER SÓ.

ENCARDIDO OS DENTES

PELO TEMPO DO SORRIR

CANSADO DE CAMINHAR

SEM A FORÇA DO SER, SEM TI

ARRASTANDO A CARA, JÁ SEM PELE

SEM SORRISO, PELO CHÃO DO VIVER

DO SE CONVENCER QUE É FELIZ.

E LÁ VAI MAIS UM DEUS,

EMBRIAGADO E RELVADO

ADORMECER AO RELENTO.

SÓ RISOS, OUVE, SOL FEJOS

MUSICALIDADE DE UM PEITO

RASGADO PELA HARPA

SEM DÓ, EM SÍ.

BEBE EM GOLES LONGOS E VAGAROSOS, EM DOSES

UM FRISANTE

COLHIDO DA VIDEIRA VIDA,

AMARGA.

ADOCICADA POR LÁGRIMAS,

SORRISOS, DORES.

E UM DEUS SÓ,

SE VAI CAMBALEANTE, SEM AMOR.

PARA ESSE DEUS, QUEM TOCARÁ

UMA SONORA NOTA?

QUE HARMONIZE AMOR SEM DÓ.

ODAIR SILVEIRA

Amigos Recantistas, Odair Silveira, é nosso diretor artístico e também representa e interpreta os textos gravados pela Equipe de Gravação "Dom em Vozes." Por sermos 3 parceiros, e irmãos; Eu, Grace Fares, Wanda Rabello e Odair Silveira, decidimos que, os textos de autoria de Odair Silveira, serão publicados aqui na minha sala poética no Recanto das Letras, dividindo o mesmo espaço.

Obrigada a todos os amigos.