Ninho dos teus braços

Que saudade do ninho dos teus braços

e do aroma que vem dos teus cabelos.

Que saudades me trazem os teus traços;

que veludo se forma nos teus pêlos.

E na noite de estrelas, sem que eu veja,

vêm teus olhos escuros a espiar.

Nada faço, portanto, que não seja

procurar-te na noite... e desejar!

Ah! se agora eu pudesse, te diria

um suave murmúrio de carinho...

Te embalando em meus versos de poesia

eu talvez não dormisse mais sozinho.

É que a brisa soprou tão repentina

e tua voz, nessa brisa, repetia

o meu nome, o teu nome — e nessa rima

nossos nomes tornaram-se poesia.

Que saudade do ninho dos teus braços

e do aroma que vem dos teus cabelos.

Que saudades me trazem teus abraços:

como posso dormir sem recebê-los?

Itapecerica da Serra-SP, 6/2/2002 - 1h34 (madrugada...)