tudo existe, nada importa

Publicado por: cristovam melo
Data: 26/11/2010

Créditos

Texto e voz: Cristovam Melo

tudo existe, nada importa

tudo passa e nada importa

indiferente tenaz veloz

pouco

assaz

(o blues e o jazz!)

longe perto aqui ali além aquém

agora nunca pra sempre e jamais

tudo que é velho o que há de vir

o que passou e é novo e só chora

[tudo que é raro e que rir

o que foi eterno e apodreceu

sem sal sem lei sem rubor

(ou pudor!)

sem amargura sem frescura e sem

[mel

tudo passa e nada importa

se pela janela ou pela garganta

(goela adentro)

pelo vaso sanitário todo sujo de

[bosta

pela avenida caótica pelo vento

pela porta

não importa

se tudo é matéria bruta

[da natureza morta

se nada importa

se tudo que passa pela porta

pela jugular pela aorta

não importa

se

tudo passa

e nada importa...

não importa o ouro as vírgulas

[que faltam ao poema

o sorvete gelado na esquina

o disco a música o som o cinema

se tudo

ao fim

de tudo

é nada

absurdo

ou canta ou é mudo

se o azul cintila no céu do verão

ou o verde exala a essência

[da respiração

se é sim se é não se lambe

se corta

não importa

é langue?

é fossa?

é mangue?

é bossa?

que importa?

se tudo existe e nada importa.

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 26/11/2010
Reeditado em 02/12/2010
Código do texto: T2637232