Sorver da Sequidão

Publicado por: O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Data: 27/05/2012
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Texto:Sorver da Sequidão-O Poeta do Deserto Voz:O Autor Trilha Sonora:Asa Branca-Luiz Gonzaga por Alexandre Gismonti/Elba Ramalho Edições e Produções caseiras
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
     (imagem Google)

Sorver da Sequidão


Sorvo as intempéries da terra que ansiosa tão só espera um acarinhar em talhos em vão, os desatinos que se aglomeram, mãos que rogam a clamar por chuva terna, elixir combatente das mazelas que se alastram em árido chão, as esperançosas secas cisternas que deprimidas ocas e sinceras evidenciam a desolação, as partidas que os magros cãos velam acompanhados da voraz solidão, as novenas a rogar que a insistente espera não endureça qualquer coração, os Mandacarus que espreitam as flores dispersas para despistar a conformação, a força mesclada à poeira austera dos combatentes montados alados dentro de um leal gibão, os olhares muitas vezes embaçados com o líquido do sofrer externado que não toca e nem nutre o chão, sorvo e em poética se revela o maltratar da mais que nua contemplação, sorvo o sentir do esperançar inato, eis o sorver da sequidão de um povo combatente nato, em uma pátria chamada Sertão.

O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 16/08/2011
Reeditado em 27/05/2012
Código do texto: T3163330
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.