Sentir-me tão teu…
 
Talvez eu até me reconheça
Sim, talvez…
Talvez eu até soubesse
Quem eu era...
Nos pensamentos plasmados,
Nos versos românticos estilizados,
Nos meus gestos emocionados,
Nos conceitos que ora me ensurdecem.
 
Mas nem por isso, eu me sinto meu!
Falta-me o teu toque... O toque teu!
 
Então, sinto-me incompleto
Perdido no labirinto dos olhos teus,
Querendo entrar pela passagem estreita,
Que me leva à essência da tua Luz!
 
Se não for assim, quem sou Eu...?
Passaria horas lendo-te,
Conhecendo-te,
E pressentindo-te...
Então, tamanha emoção!
Sinto-te, perfumo-me em ti!
Pois assim és tu para mim!
 
És tu quem invade a minha alma,
És tu, que roubas a minha calma,
És tu que penetras os meus sonhos,
Tomando-me enfurecida como teu dono...
 
Em caricias sinto-me tão teu,
Nas tuas mãos quentes
Todo o meu corpo se ardeu,
Nasceu, viveu e morreu,
E em prazeres... Renasceu !  
 
Sim,
Renasceu...
Nas palavras que escreves,
Nos poemas que me descreves,
Às vezes homem, às vezes deus,
Ungindo-me,
No azeite quente que me benzeu.
 
E o meu amor transborda...
Se derrama...
Se espalha...
Nos toques e nos relevos
Da tua pele branca,
Dos teus sedosos cabelos
Num vôo sem asas
Num vazio silencioso
Num desejo que te caça,
Guiados pelos teus sorrisos
Pelas tuas graças...
Envolvendo-te, cercando-te,
Assim tão sozinha,
Como deusa e rainha,
Nos meus braços que te fazem minha,
Condenados a serem teus!
 
E sabendo-me assim tão teu,
Aprisionado ao poder do teu nome,
Meu corpo se depura e se consome,
E no teu prazer se derreteu...
 
E me salvas assim do nada!
Levando-me para ti amada,
Banhado na luz dos olhos teus,
Que me guia e me cega de tanto amor,
Ao Sentir-me assim, para sempre teu...



Ragazzo