SÚBITO ABSURDO
(André Gomes)
Parece simples essa entrega
Não vejo como uma normalidade
Dá para ver aqui de longe
O pouco que sobra após tanta troca
Muita sede e a água no conta-gotas
Quando não se sabe o que procura
O sal vem a esmo secando a boca
E tudo morre no presente mal vivido
Poucos os que vivem ideias juntos
Tampouco dividem os maus momentos
Crescendo a imunidade no peito
O súbito absurdo do não amar mútuo
O VERSO INVERSO
(Amantino)
Quero o verso inverso que o amor deixou!
Quero a palavra certa às horas incertas.
Quero o abraço que cala a voz.
O carinho que há muito se apartou de mim!
Aromas de jardins.
A voz dos querubins.
Quero luz que reluz!
A pureza do diamante
A trilha do caminheiro
A poeira acariciando a pele.
A chuva a lavar a alma.
A calma a paz duradoura.
A solidão do prado.
Um caminhar lado a lado.
Quero algo para discutir dividir!
Uma prosa boa sob uma varanda velha.
Numa casa igualmente velha cheia de calor
A sombra da amoreira e canto de sabiá!
Quero o verso inverso do amor!
O cheiro inconfundível
O mel do seu beijo.
Não quero riquezas!
Com elas veem as avarezas!
Coisas sem sabor!
Sem cor!
Quero aquilo que não se explica!
Como verso de rima rica!
Que se sente enaltece e cala!
Que não se exprime!
Exala!
A sua presença amor!
DO TEXTO "FOLHAGENS OU APRENDENDO A VOAR"
(José de Castro)Então, mergulho dentro do livro que me lê e penso que suas páginas são asas que me ensinam a voar. Eu, pássaro menino me declaro e me esqueço das horas que estão nos relógios. E me dedico ao momento pequeno que me respira entre um hausto e outro. A maioria dos mortais pensa que tem tempo de sobra. Eu mesmo nunca vi tempo sobrar, pois não se tem tempo de se ter tudo o que se quer. Melhor ser nada. Ser pequeno por fora e imenso por dentro. Feito semente, sorriso de esperança, tesouro precioso que sabe futurar.
~
SEM PONTEIROS MAS...
(Facuri - Eternizado em nós)
Sem ponteiros mas
sou também
minha própria ampulheta
do tempo...
Quanto mais quero retardá-lo,
ironicamente libero sua areia...
Que nos olhos,
me deixa cego de raiva!
~DIÁRIO DE UM AMOR
(Jorge de Oliveira)
Num tempo da nossa história,
Nosso amor tão visionário,
Nas páginas do teu diário,
Foi registrado com glória.
Mas, logo, de tão precário,
Nosso amor se fez escória;
Rasgado da tua memória,
omo as folhas do diário.
Mas, inda, o tenho escrito
Em letras tipo negrito
No coração a sangrar,
Neste diário entalhado,
Dentro do peito guardado,
E eu não consigo rasgar...
~
Camille Simeone
Escrevo puramente por necessidade, necessidade do prazer de escrever.
Escrever é uma arte.
O poema pula para dentro de outra alma a partir do momento em que é lido. Este...não mais pertence a quem o escreveu.
Participei de algumas coletâneas de amigos e agradeço do fundo do coração a linda oportunidade. Infelizmente a falta de tempo não me deixa dedicar tanto na escrita ou nas publicações de poemas e/ou livros.
