João Guimarães Rosa – Escritor Singular

A imagética está intrinsecamente ligada na confecção da linguagem, no extremo da inspiração que subitamente proporciona a ressonância, a magnitude, o máxime, entre os grandes escritores.

João Guimarães Rosa foi um escritor desse naipe ao lado dos grandes literatos brasileiros e estrangeiros: Machado de Assis, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Homero, Dante, Dostoïevski, Tolstoi, James Joyce, Goethe, respectivamente.

Autor de obras paraliterárias como: Magma, 1936, prêmio Academia Brasileira de Letras de poesia, e somente publicado em 1997; Sagarana, 1946; Grande Sertão: Veredas (em maio, 1956) e as novelas que compõem Corpo de Baile (fevereiro, 1956), este dividido em três livros: Manuelzão e Miguilim; No Urubuquaquá no Pinhém e Noites do Sertão; em agosto de 1962 publica Primeiras Estórias; Tutaméia (Terceiras Estórias) de julho de 1967. E os livros póstumos organizados pelo ensaísta húngaro Paulo Rónai: Estas Estórias, novembro de 1969 e no ano de 1970 o livro Ave Palavra!

Segundo José Mindlin – estudioso do escritor de Cordisburgo e o maior bibliófilo do mundo – que conheceu João Guimarães Rosa nos anos quarenta do século passado, em Paris, e durante um mês tiveram encontros diários. Visitaram livrarias, falaram sobre Deus e o mundo, porém, Guimarães Rosa não lhe deixou indicação nenhuma que fosse escritor. Ao contrário, apresentou-se como uma pessoa com certa vaidade e futilidade, mais interessado nas aparências do que na substância dos homens e das coisas.

Por isso mesmo o bibliófilo deixou de ler a obra de Guimarães Rosa e somente começou a lê-la depois da publicação de Grande Sertão: Veredas – obra-prima que repercutiu no exterior, principalmente na Europa.

Conclusão

José Mindlin percebeu então, segundo ele, que Guimarães Rosa era um homem com dupla personalidade – uma exterior, reservada, vaidosa e aparentemente fútil e outra interior; absolutamente genial. A partir daí, depois de Paris, os dois homens nunca mais se viram!

Caso Guimarães Rosa estivesse vivo completaria cem anos neste mês no dia 27.

O afeto propõe fortes e miúdas reminiscências escreveu Guimarães Rosa em discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, e três dias depois falecera no dia 19 de novembro de 1967 no Rio de Janeiro.

Newton Emediato Filho
Enviado por Newton Emediato Filho em 17/06/2009
Código do texto: T1653050
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