MINHA INFÂNCIA

Quanta saudades eu sinto

Do tempo de criança

Tão cheio de esperança

Não pensava no futuro

Só importava aquele dia

Era tudo alegria

Respirava um ar puro.

A minha infância pobre

Mas de nada reclamava

Meus brinquedos fabricava

Com carretel de madeira

Fazia caminhõezinhos

E com meus amiguinhos

Brincava à tarde inteira.

Aos domingos bem cedinho

Depois que clareava o dia

Para a igreja eu ia

Para adorar a Deus lá

Voltava para almoçar

E depois ia pescar

No Rio Tamanduá.

Sinto saudades da roça

Da saracura gritando

Do sabiá entoando

E o piar do inhambu

Era a minha paixão

E a minha diversão

Nadar totalmente nu.

Rio do Salto e Turvo

Esses eram os locais

Que não esqueço jamais

Ali eu me divertia

Montado no meu petiço

Saía sem compromisso

A galopito eu ia.

Saudades, que saudades

Dos bons tempos de outrora

Que há muito foram embora

E eu fico a recordar

A lembrança me consola

E uma lágrima rola

Caindo do meu olhar.

(Christiano Nunes)

Christiano Nunes
Enviado por Christiano Nunes em 13/07/2009
Reeditado em 18/07/2009
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