MULHER GUERREIRA

Se é de infância leve e solta
Ela entende. Ah! Como entende
Menina que interagiu com o verde
Tomou banho de rio
Colheu frutos silvestres e os comeu com arrepio
Usou a imaginação em um galho de árvore
E nessa árvore fez viagens surpreendentes
Por mundos encantados, envolventes
Se o assunto é paixão, amor, ela também entende
Porque amou um homem como poucas.
Se o assunto é decepção, dessassosego
Ah! Em quanta desilusão
Se transformou a louca paixão?
E perda, saudade, essa mulher conheceu?
Em sua maior profundidade conheceu
Como, enfim, sobreviveu?
Perdeu seu único tesouro
Que ela pensou seria duradouro
Seu companheiro de solidão
Ele era sua estrela, toda a constelação
Seu bonequinho, seu brinquedo   vivo
Que deixou a todos cativos
Seu lindo menino tragado
Aos seis meses de vida
Por uma insensível morte atrevida
Muitas vidas essa mulher já  viveu em uma só.
 
             Homenagem a Zilda, minha mãe guerreira.
 
17/04/2010