Quem realmente são as testemunhas de Jeová?

(Apresentação no site)

Faço, assim, minha apresentação, perdoem-me pois não tenho muita vivência com o site, dei umas lidas rápidas e foi o suficiente para me atrair. Escrevo no momento um romance que conta um pouco da história que estudo sobre as testemunhas de Jeová, só que de uma maneira ficcional. Achei que esse seria o melhor formato. Mais interessante e menos comprometedor. Além de informar da mesma maneira. Quero coletar o máximo de histórias possíveis e adicioná-las às que tenho e as pessoais. Desde muito jovem, fui criado como testemunha de Jeová e, há alguns anos passei por um trauma que me abriu a mente para as barbaridades ocorridas nessa organização que me ensinou a viver. Ainda tenho amigos e família lá dentro e, embora não me reúna mais (mesmo sendo ateu, continuei a me reunir por algum tempo), já tenho tudo o que preciso lá de dentro, rechaço a hipótese de permitir uma desassociação ou coisa que o valha. Mas, como muitos nesse espaço, sinto-me sozinho. Grandes amigos mundanos mantive no decorrer dos anos (ainda bem que desobedeci essa "regra"), entretanto, não entendem como me sinto. Não se interessam pelo que conto ou pelo que escrevo. Espero encontrar apoio, mas, se não, continuarei mesmo assim, pois essa idéia que me fez sentir vivo novamente depois de muitos anos de escuridão.

(Comentando uma notícia sobre um ancião pedófilo)

Lendo seu texto sobre pedofilia, que achei casualmente em sites de busca, lembro-me de como eu achava errado criticar alguém da dianteira e de como eu imaginava que esses homens eram santos. Havia um respeito quase que sobrenatural e um medo ignóbil de desobedecê-los em quaisquer coisas mínimas que estes falassem. E, além disso, como eu gostava de me sentir importante, "desfilando" com meus ternos engordurados nos pátios das assembléias e congressos onde, só aqueles por eles escolhidos tinham o "privilégio" de serem indicadores e silenciadores da irrequieta multidão. Impressionando as irmãs com minha cultura e meu conhecimento fútil sobre a lei divina e seus mandamentos e conjeturando sobre como Jeová, o Deus de amor, eliminaria da face da Terra os maus e perversos que não faziam sua vontade e a da Torre. Mas, o curioso é que também me lembrei do dia em que um desses respeitosos anciãos, enquanto dava um leve tapa em meu ombro, me pediu para "deixar prá lá" um assunto que, a meu ver, mereceria muito mais atenção, e muito mais qualificada. Era um caso de pedofilia praticado por um suposto instrutor da Bíblia a seus dois estudantes menores de idade. Entretanto, como o instrutor (pervertido) já estava morto na época da descoberta, fui aconselhado a deixar o caso nas mãos de Jeová (como era de praxe; sempre que um assunto não podia ser resolvido, quer fosse por falta de conhecimento, ou pura ignorância, éramos aconselhados a deixar nas mãos de Jeová) e a não tocar mais no assunto para, primeiro, não constranger a família do pedófilo, que ainda era cristã e, segundo, não sujar o nome de Deus. Questiono-me então: o que eu considero maior sujeira e vitupério? Casos de pedofilia na igreja ou encobrimento de casos de pedofilia na igreja? O que você acha meu caro? Aplaudo de pé a noticia acima mencionada e quero que, cada vez mais, apareçam notícias como essas, não pelo transtorno físico e emocional que crimes bárbaros como esse causam, mas, pelo apego à verdade e a disseminação de um espírito de justiça e igualdade. Infiltrado nessa organização (há anos vinha frequentando, embora sendo ateu) pude ver com meus próprios olhos aquilo que sempre fomos proibidos de ver nas mensagens "apóstatas": separação, descaso, sectarismo, demagogia, hipocrisia, calúnias religiosas, alienação política e social, machismo, idolatria, favoritismo, adultério e pedofilia. Isso, sem falar no transtorno psicológico trazido indiretamente nas publicações que, ao mesmo tempo que proíbem incitam, com mensagens subliminares, à sexualidade depravada, ao ódio, discriminação, exaltando o orgulho e a ganância. Estou livre (embora ainda esteja preso, mas por vontade própria), mas lamento pelos muitos que ainda estão cegos e que se privam de uma vida mais criativa e menos subalterna.

(Para que fique mais claro, leia os textos que são divididos por capítulos e contam a história de Antônio, ex-testemunha de Jeová; estão em crônicas, mas fazem parte do contexto geral desse romance em preparo)

Prima
Enviado por Prima em 03/09/2010
Reeditado em 10/01/2011
Código do texto: T2475618
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