Escritoterapia.

Por mais espaçosa que a mulher já seja, às vezes ela não cabe dentro de si.

Então vem Ele e cria os necessários escapes: a mulher falante e a menina escritora.

Ambas ligadas pelo mesmo fio da palavra,mas com diferentes pudores.

A mulher veste uma máscara social.

A menina só reconhece a sociedade pelo seu sentido primordial e mais verdadeiro.

Ambas são sinceras, mas o crescimento é interferido pelos fiapos das exigências externas.

A mulher aparentemente se traveste,mas deixa sua redundância como vestígio de sua sinceridade.

A menina acha normal ser reflexo de suas origens e preferências e se angustia com a mania dos adultos de não serem transparentes.

A mulher era uma,a menina era outra,mas ambas eram da mesma essência e viviam trocando de lugares mesmo depois do passar da idade.

Até chegar o dia que a mulher viu que sua menina não precisava ser calada: o dia serelepe da percepção de aprender a viver.

E nesse dia as palavras voltaram...e houve comemoração dupla da mulher com sua menina e semelhança no colo.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 01/12/2012
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