GaryFloyd - um quarto de existência - Parte III

"Alguém prestes a se formar em jornalismo, cuja predileção é o jornalismo literário ou científico."

O séc. XX detonou a certeza do real: de Freud a Einstein, de Heisenberg a Husserl, temos a novidade de que não podemos confiar no que sentimos, tal a mudança de conceitos de percepção, tempo, espaço e até do próprio eu.

Ítalo Calvino dividiu os escritores em: os de fogo e os de cristal, sendo os primeiros emocionais e os outros, racionais. Já o húngaro Stephen Vicinczey, atesta que existem duas espécies de literatura: uma que ajuda a compreender, outra a esquecer e que nos manipula, enquanto aquela forma pessoas, livres.

Mas era só o que o anjo tinha: aquela máquina de escrever- mais pra velha que pra nova - e dali saíam tantas, mas tantas palavrinhas que enchiam o mundo de coisas do lado de quem sabe muitas coisas - ou seja - de gente esperta, que sabe de tudo, mas não sabe de nada.

Como neste texto dele:

http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/3748378

A literatura "de corpo e alma", ou sobre o benefício da ignorância seguida da sabedoria.

Faz-se das trevas a matéria-prima da ignorância; e da alta erudição a principal substância do caráter pedante. A atitude correta, pois, é conservar, na medida exata, sabedoria e ignorância, visto que nosso caminho não se constrói apenas pelas respostas, mas também através das perguntas. O papel fundamental da literatura, sutilmente, é nos dar respostas e ao mesmo tempo lançar perguntas que agem substancialmente em nossa personalidade.

Essa função se atém a todos os tipos de literatura, desde a ficção até a literatura médica, da qual somos informados da realidade de nossa saúde. A literatura médica, portanto, não se faz de personagem, como nos livros de contos, mas da doença real, das informações que permeiam a realidade das doenças e das curas ou tratamentos. E nossa ignorância faz com que nos aprofundemos mais e mais sobre determinadas enfermidades até conseguir tratamentos efetivos ou até a cura.

Já a literatura de Kafka, por exemplo, age em nossos anseios e aspectos psicológicos intrínsecos ao ser humano. A literatura deve agir na mente através da irrealidade e psicologismo (como nos contos kafkianos) e na mente através da realidade, com informações que vão ter influências diretas em nosso organismo. O hábito da leitura consciente, portanto, nos faz bem "de corpo e alma", ou, como convém para céticos como eu, de corpo e mente.

Gary Floyd

Enviado por Gary Floyd em 27/06/2012

Código do texto: T3748378

Por que as palavras nos aliviam?

Um aperto estúpido, uma contida confidência, um mero suspirar, um gosto de fel, uma soberba fé, um caminho de pétalas, um gozo sarcástico, uma maneira de alisar pensamentos, abraçar sons mágicos, espalhar viseiras estonteantes, enfim...

Coisas que a gente nem imagina estão flutuando num mar de amplexos, escondidinhas numa caixinha de estranhas confissões... que chegam e mudam tudo o quanto existia, para configurar-se num quadro de surpresas, deslocando, virando novos e deliciosos minutos de aconchego.

Um poeta surge ao longe com suas coisas de pensar leve, sendo muito contundente em suas teias de intrincadas armadilhas encantadoras.

Vejam:

Da agonia de Atlas

Belas são vocês, flores minhas

Feitas com o amor da mãe-terra

Amanhecem com o meu Sol (alvorada)

E morrem com o meu crepúsculo (morrer do Sol)

Bela também é a minha estrela

E apesar de tanto tempo

Eu gorjeio como da primeira vez

E sumariamente as acalento

Eu sou um historiador secular

Não faço comentários sobre os fatos

Eu simplesmente os vivo

E os descrevo nas paredes do meu quarto

Belas são vocês, flores minhas

Cuja semelhança com o ser humano é o Sol

Vocês precisam dele, mas possuem muita sorte

Não precisam ser humanas para provar do Sol

O maior pecado da humanidade é ser humana

Na condição de vis almas penadas

Da ganância e do pouco tempo que lhes resta

Eu dispenso a Humanidade, a anciã que não se cala

Eu carreguei os céus por muito tempo

E nunca mais vi minhas Plêiades em formas vistosas

Mas as tenho em meu jardim

São vocês, minhas flores tão formosas

GaryFloyd

Enviado por GaryFloyd em 26/07/2012

Código do texto: T3798651

Classificação de conteúdo: seguro

Escrevemos, em primeiro lugar, para nós mesmos ou para encher a vida de fantasias, porém, precisamos de leitores, e essa necessidade de escrever cabe a quem deseja continuar com pensamentos de viver. Na época, o livro Moby Dick, de Herman Melville, vendeu umas dúzias de livros, apenas, apesar de reeditado até hoje: o fracasso tornou o escritor num ser infeliz.

É que a literatura é como se fosse orgânica, pois, não controlamos a necessidade de atuar, de expor nossas coisas mais íntimas, sendo que o sucesso depende do olhar do outro, apesar de ser um presente incerto.

Porém, hoje em dia, em nossa sociedade midiática, está relacionado não à glória mas, à fama ", aquela soma de mal-entendidos que se concentram em torno do homem", como dizia Rilke, e nos oferece um somatório de "exus mentirosos", uma forma deformante e alienante de nós mesmos. Além disso, o poder também contribui para que o escritor fracasse em suas intenções. Porém, nem o sucesso ou o fracasso são provas conclusivas da qualidade de uma obra.

Um escritor, mergulhado num estranho mundo de emoções que se esgarçam ao menor toque, que se abrem em toda a sua medida a contar eventos enfileirados, ficando expostas ao vento radiante com força incalculável de soltar amarras, de ir e vir em suas surpreendentes confissões irreais, soberbas, enternecedoras, sente tudo o que nos faz vulnerável ao abismo da emoção, que escapa pelos dedos ansiosos por tirar o melhor da corrida espalhafatosa do egoísmo humano, do que é falso, para completar a estúpida noção de ser.

Gary Floyd já iniciou sua carreira, antes de se formar, como atesta esse link:

http://whiplash.net/materias/biografias/172626-pinkfloyd.html

Esse é o jornalismo literário com o qual se identifica...

Reportagem sobre o seu grupo de rock progressivo preferido: Pink Floyd

Rock progressivo: o lado B do prog rock

Por Flávio Siqueira

No final dos anos 1960, a banda The Nice fez insurgir, juntamente com os Beatles e o Pink Floyd, o nascimento do rock progressivo. Comandado pelo tecladista Keith Emerson, que mais tarde faria parte do trio progressista Emerson, Lake and Palmer, o The Nice lançou no final dos anos 60 o álbum The Thoughts of Emerlist Davjack, sendo considerado pelos estudiosos da música como o primeiro disco de rock progressivo, abrangendo uma discussão que não tem fim sobre quem foi “o primeiro filho do prog rock”. Formada em 1967, a banda teve suas atividades encerradas em 1971, tendo lançado cinco álbuns que praticamente ficaram esquecidos no limbo.

No meio do caminho, a exemplo do The Nice, muitas bandas “murcharam”, apesar de possuírem um trabalho musical de boa qualidade, mas que, ao passar do tempo, se tornaram insólitas. E no caso do The Nice há o “agravante” de que o grupo foi um dos fundadores do prog. Outro motivo que fizeram grupos progressistas serem comumente citados como bandas sem muita evidência no cenário musical foi a pretensa ambição de galgar níveis estratosféricos da música, ou seja, o tiro saiu pela culatra e esses grupos, ao invés de angariar fãs, afastaram-nos ainda mais.

A banda Gentle Giant, formada nos anos 1970 pelos irmãos Derek e Ray Shulman, tinha como principal proposta “expandir as fronteiras da música popular contemporânea, com o risco de se tornar muito impopular”. Com isso, o grupo já profetizava que sua ambição de tornar o rock complexo e erudito demais afastaria muitos ouvintes e daria lugar uma música elitista, da qual poucos fãs ouviriam e distinguiriam os elementos fundamentais do som produzido pela trupe dos irmãos Shulman. Fato é que a pretensão do Gentle Giant era tamanha que a banda utilizou mais de 20 instrumentos para compor o álbum Acquiring the Taste.

Em contrapartida, o Pink Floyd tornava o rock progressivo mais “acessível”. Dentro do prog, é inegável que o Pink Floyd é a banda mais popular do gênero. Segundo o jornalista John Harris, autor do livro The Dark Side of the Moon: os bastidores da obra-prima do Pink Floyd, a ideia de simplificar o som da banda partiu principalmente do guitarrista David Gilmour, que alertara o baixista e vocalista Roger Waters durante a gravação do álbum que as letras da banda possuíam indiretas demais e que aquele era o momento de ir direto ao ponto. Resultado: The Dark Side of the Moon figurou por mais de 700 semanas no top 200 da Billboard e já vendeu mais de 30 milhões de cópias nos quatro cantos do planeta.

Um fato curioso é que, a exemplo do Gentle Giant, algumas bandas progs foram perdendo certa visibilidade no meio musical, o que não significa que tais grupos não sejam “famosos”, apenas não tiveram o mesmo êxito que outras bandas mais “populares” dentro do gênero tiveram, como, por exemplo, Pink Floyd, Genesis, Jethro Tull e Rush. Só mesmo sendo fã de rock progressivo (fã que é fã acaba se aprofundando no estilo musical que “curte”) para ter conhecimento de fantásticos grupos progs como o já citado Gentle Giant, além de Camel, Eloy, Hawkwind, Procol Harum, Van der Graaf Generator, Triumvirat, Nektar, Soft Machine e Colosseum (essas duas últimas com forte sonoridade jazzística). E há ainda bandas que não são necessariamente progs, mas que de certa forma beberam um pouco da fonte do rock progressivo e que merecem ser ouvidas, como Epitaph, Iron Butterfly e Andromeda. No caso dessas bandas, a influência do rock progressivo é um tanto sutil.

No caso do Focus e do King Crimson, por exemplo, já é difícil enquadrá-los como grupos que não tiveram notoriedade. Indo direto ao ponto (e há quem discorde, claro): o Pink Floyd projetou uma sombra enorme sobre as outras bandas de rock progressivo. Os leigos no assunto certamente questionarão: o que é o rock progressivo além do Pink Floyd? Porém, é certo que isso ocorre em qualquer estilo musical. É inegável que o Pink Floyd é uma grande banda, uma das melhores do gênero, mas o prog é muito mais rico do que se imagina, e está além das maravilhas audiovisuais da banda. Inclusive, pouco se fala do rock progressivo fora do eixo composto por Inglaterra e Estados Unidos. Na Itália, por exemplo, grupos como Premiata Forneria Marconi, Banco del Mutuo Soccorso, Acqua Fragile, Quella Vecchia Locanda, De De Lind, Maxophone, Biglietto per l´Inferno, Buono Vecchio Charlie e Museo Rosenbach são verdadeiras pérolas do prog rock.

Fonte: Rock progressivo: o lado B do prog rock

http://whiplash.net/materias/biografias/172626-pinkfloyd.html#ixzz2S8NRVG2Z

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=TbU0XJGrKg8

Semiramis ( dedicato a Frazz ( 1973) ( Full Álbum )

afroditevil e GaryFloyd
Enviado por afroditevil em 02/05/2013
Reeditado em 11/05/2013
Código do texto: T4270213
Classificação de conteúdo: seguro