UMA VIDA NUM GESTO

Quantas vezes precisei dela. Quantas vezes o sofrimento era menor só de saber que ela havia chegado ou estava vindo. Quantas vezes a dor diminuía só por apertar a mão dela...

Hoje, foi ela, tão frágil, que segurou a minha mão, e apertava tanto, querendo diminuir a dor que sentia. Olhou pra mim, talvez tenha percebido o quanto apertava e, apenas, com a voz fraca, pediu desculpas. Não tinha o que desculpar. Não sei se em minutos, se em segundos, voltei no tempo. Revivi tantos momentos em que ela estava ao meu lado, sempre ali, guerreira, forte, alegre, transmitindo tanta confiança, tanto calor, capaz de aliviar qualquer medo, qualquer angústia, só naquela mão que eu apertava.

Desde criança, um pequeno machucado, depois as dores de parto, ou dores da alma, sempre ela, ali, companheira. Oferecia a mão como quem oferece a solução para todas as coisas, e eu já a esperava, sempre.

Hoje, trocamos os papéis, e não foi fácil. Como precisava ser forte essa mulher, como foi sempre forte esse exemplo de garra e fé. Não consigo agir com a força que ela sempre demonstrou, não sou tão forte, mas hoje, como mexeu comigo um pequeno gesto...

Mariza Schröder
Enviado por Mariza Schröder em 18/08/2013
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