Um breve relato do meu eu

Talvez um dia eu possa entender o que é crescer, a responsabilidade nos encara todos os dias aqueles estranhos doze meses nos atacam de uma forma tão direta que o tão famoso dia nos cerca com pensamentos infinitos de que nossa realidade é essa mesma que colhemos, mas como chegamos até aqui? Onde estão os momentos que antes eram para ser eternos ? Existe esse termo ? Quantas pessoas no mundos já sonharam com algo que nunca foi conquistado e suas vidas lhe foram tiradas de uma forma trágica ou até mesmo cruel? Uma estatística não tem como ser montada, e se um dia alguém tentasse fazer a mesma perceberia que é algo cruel demais, tanta tristeza encontrada em dados. Esse não é o ponto em questão mas tudo que é escrito tem por si só procurar um sentido no derradeiro espetáculo de uma conclusão. Ao ser feita uma análise do que já plantei, estou aqui eu nesse texto confuso e direto sobre uma pequena fase da minha vida, sendo assim me pergunto: O que eu sou para as pessoas em minha volta? Quero fazer um breve resumo de minha convivência passada com pessoas que ajudaram a montar o meu eu. Em minha infância eu fui arrogante, mandão querendo ser o centro das atenções quando estava em casa, tenho uma mãe que gostava de fazer tortura psicológica quando era aquela hora chata do boletim e um pai que trabalhava o dia inteiro, na escola eu não era o mais popular, lembro-me de sempre querer me enquadrar em algo e nunca ser o mais legal ou interessante nem de dividir conhecimentos, não ser convidado para festas e muito menos em círculos de brincadeiras, sempre era o ultimo a ser chamado quando era para escolher o par de são joão e ficava no fundo da sala quando as pessoas ditas mais populares,ficavam em seu mundinho que eu tentava tanto participar, mas sempre falhava. E assim veio a adolescência, nossa ela foi complicada viu;aquela fase das descobertas, e de montar o caráter com uma peça de lego, aquela minha parte chata se foi e eu queria apenas encontrar a minha identidade, quem eu era ? Quais seriam os meus gostos dali para frente ? Quem seria minha referência de ser ? Eram tantas coisas , nossa enquanto muitos falavam do primeiro beijo eu já tinha tido a minha primeira experiência...E não consegui imaginar os dramas enormes que as pessoas faziam com coisas que para mim já eram tão bobas, mas se eu era tão excluído como fui passar na frente de tanta gente que se achava bacana? Bem a resposta era simples eu tinha conhecido uma pessoa que tinha as mesmas ideias e pensamentos que as minhas e tudo se desenrolou de uma forma tão estranha que eu nem sabia mais os motivos dos dramas da adolescência, me firmava em ouvir músicas internacionais e ler livros e revistas japonesas os conhecidos mangás , curtia o lado oriental da vida ao mesmo tempo que me firmava no conhecimento da cultura pop do mundo, e os que se estabeleciam em meu mundo eram pessoas tão diferentes quanto eu , e no colégio aqueles que me viam antes como o estranho, tinham mais certeza de suas afirmações, quando foi a época da despedida do ensino fundamental e inicio do ensino médio eu estava louco para me livrar das pessoas que estudavam comigo, eram todas tão chatas e convencidas que eu não conseguia entender o motivo se acharem intelectuais, apenas por terem lido uma frase de um livro do Paulo Coelho, ou por gostar de legião urbana e achar os mesmos a melhor banda do universo, ou por expor palavras diferentes das utilizadas no cotidiano como se tivesse feito uma descoberta tremenda de algo tão simples como o dicionário.Logo quando me livrei de todas aquelas pessoas e iniciei o ensino médio, eu não tinha percebido aonde estava me metendo, o engraçado neste período foi que eu imaginei que todas as coisas seriam diferentes do que um dia foram. Nesta etapa da vida que veio como um enorme tapa, que eu recebi por ter imaginado que seria um mar de rosas comparado ao que eu já tinha passado, quando na verdade tinha sido apenas o treinamento do que eu ainda ia passar, sempre tive a péssima mania de acreditar em tudo o que as pessoas me diziam e expor demais quem eu era quando recebia uma pergunta direta, e assim eu vi que os erros adultos que tanto enxergamos começam na maldita má educação adolescente, apenas no simples fato de confiar demais em alguém, minha vida tinha sido exposta de uma forma contrária do que aquela dita, e as pessoas que eu fiz amizade mais uma vez eram consideradas as pessoas "estranhas" da sala de aula , o que eu amo de todo coração ao ser acolhido por esse grupo, afinal de contas parece que nessa fase os considerados diferentes eram os que menos erravam no meu olhar critico sobre o que é viver. Eu continuava a ter meus gostos peculiares que só tendiam a crescer, cantava em japonês, enrolava no inglês, e ficava em casa vendo seriados geek daquela geração como Buffy a caça vampiros, Angel e até mesmo Xena com seus gritos de guerra em busca da reconstrução de um caráter manchado pelos seus erros, eu imaginava qual era o motivo das pessoas serem tão cruéis? Eu apenas queria ser visto como apenas mais um no grande formigueiro em que vivemos, não estou dizendo que eu era o centro das atenções, mas sim o centro das gozações, claro que tem um toque de exagero afinal de contas eu era adolescente e tinha essa imagem, como não enlouquecer com tudo isso. Eu vi a resposta no teatro me divertindo entrando em outros mundos que não eram a minha vida , não apenas com a mente , mas sim com o corpo, apenas os livros não eram suficiente para eu fugir da realidade eu precisava levar o meu corpo, e mais uma vez fui motivo de chacotas , mas firmei amizades tanto na sala de aula como fora dela que foram essenciais para mim, aqueles que eram os estranho acabaram se tornando a força que eu precisava para encarar os idiotas que apareceram de uma forma tão violenta antes não tendo um nome para as situações que passei, atualmente conhecida como bullyng, muitos adolescentes não aguentaram essa pressão e acabaram tirando suas vidas, apenas por pessoas assim existirem , qual o motivo para tanto ódio?Eu não era corajoso em cometer tal ato, mas muitas vezes tive essa vontade.Logo que o ensino médio acabou eu mais uma vez agradeci por ter me livrado das pessoas ruins,mas nem tudo foi apenas lágrimas nessa minha fase. Eu me conheci um pouco mais, e percebi que não era o "estranho", mas sim a pessoa que não aceitava os termos normais da sociedade e procurava perguntas para tudo o que me era jogado e duvidava dos ensinamentos lógicos, sempre procurando criar uma ideia nova do que era viver e como se devia fazer valer o que eu estava aprendendo, expondo minhas opiniões, e gostando do que era diferente, afinal no pais em que as pessoas tornam como algo divino o futebol, carnaval e a cerveja, eu estava mais do que satisfeito comigo mesmo de não ver essas três bobagens para mim como o essencial para a minha vivência, e sim uma pessoa que gosta do diferente e procura respeitar tudo isso.Em minhas vivências eu aprendi a amar e respeitar as pessoas e isso eu posso cuspir pro mundo, afinal o menino que antes era arrogante e queria o centro das atenções deixou isso de lado e começou a entender que nada disso é importante quando você não faz as coisas com amor. Bem essa é um breve resumo de uma etapa da minha vida. Eu João Paulo Correia dos Santos criador deste blog só tenho a agradecer por ter passado por tantas situações difíceis e construir gostos que muitos desvalorizam até hoje.

JP Correia
Enviado por JP Correia em 15/09/2013
Código do texto: T4483326
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