Bolsa que me leva

Encontrei-me no fundo de minha bolsa, cheia de retalhos e de coisas femininas. Era um pequeno papel, todo amassadinho, já amarelado, e com a tinta meio borrada.

Era meu coração. Ele tinha resistido a bagunça, ao cheiro de remédio perdido, e a creme de mão.

Meu coração. Ah, tão amarelo e belo.

Dentro da bolsa que levo, e que sem eu perceber me leva também.

21/07/2014

Brígida Oliveira
Enviado por Brígida Oliveira em 21/07/2014
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