História sem cores capítulo onze.

Era cinco horas da tarde quando a tia de Berenice chegou da cidade, a Sobrinha e as filhas estavam na cozinha conversando, enquanto isso o seu tio estava na parte dos fundos do sítio ajeitando algumas coisas no lago. Mineiro continuava dormindo.

Na cozinha Berenice conversava com as primas a respeito de tudo o que havia acontecido nos últimos dias, de como a vida dela e do noivo que estava tão tranquila, se transformou de repente em uma avalanche de acontecimentos ruins, mas o que mais preocupava a todos era como iriam contar a mineiro sobre a morte da mãe, o neurologista do hospital onde ele havia ficado recomendou que se possível evitassem expor o rapaz a emoções muito fortes, Por outro lado, a demora em contar a verdade poderia ter consequências ainda mais graves, Berenice não sabia o que fazer, quando Berenice se via em situações difíceis em sua vida ela sempre recorria a ajuda da sua tia Cláudia, que era muito mais que uma tia para Berenice, as vezes ela fazia o papel de mãe, ela era muito vaidosa, gostava de andar arrumada e usar perfumes caros, mas isso não fazia dela uma mulher arrogante, ela era simples, simpática, e muito alegre, independente de como fosse o seu dia ela sempre tinha um sorriso no rosto para oferecer, a sua alegria cativava as pessoas ao seu redor, e sempre tinha bons conselhos para dar. foi com essa alegria e com um largo sorriso no rosto que ela recebeu a sombrinha quando entrou na cozinha, as suas mãos estavam cheias de sacolas que ela trouxe do supermercado, que vieram todas ao chão no momento em que abraçou Berenice, fazia muito tempo que as duas não se viam. Berenice se emocionou no momento em que abraçou a tia, deixou escapar dos olhos algumas lágrimas.

__ Tia Cláudia, que saudades, senti muito a sua falta, como você está bonita.

Disse Berenice.

__ Minha querida sobrinha, bonita está você, meu Deus, nem parece aquela menina tímida e magrela de alguns anos atrás, sinto falta das conversas que tínhamos, das muitas vezes que ficávamos a madrugada inteira conversando.

__ Eu também tia, eu também.

__ Fique a vontade meu amor, você e seu noivo, por falar em noivo, onde está meu futuro sobrinho? Eu quero conhece-lo.

__ Ele está dormindo agora tia, acho que é o efeito dos medicamentos.

__ Coitado ele deve estar exausto, sei o quanto é ruim ficar internado, mas fique a vontade Berenice, eu tenho que cuidar de algumas coisinhas mas já volto, fique a vontade com suas primas, seu tio já me disse a respeito do João e tudo o que aconteceu, não se preocupe meu bem, estou em oração por ele, vamos achar uma forma de dizer a ele sobre o que aconteceu, não se preocupe.

Eram quase oito horas quando mineiro despertou, seu corpo estava todo dolorido e a cabeça doendo, ele levantou com cuidado, lentamente foi até a cozinha onde todos estavam, a tia de Berenice terminava o jantar, arroz feijão bife e purê de batatas, ao ver a dificuldade de mineiro se locomover Carlos levantou -se é apoiando o rapaz em seu ombro o ajudou a se sentar.

__ Que cara é essa meu amor, está tudo bem com você.

Perguntou Berenice a mineiro.

__ Estou com uma dor de cabeça insuportável, parece até que vai explodir.

__ Tem remédio aí na gaveta Berenice, pega para ele__ Disse Cláudia __ Olá meu jovem não nos apresentamos ainda, sou a tia dessa moça linda que você irá se casar.

Disse Cláudia a mineiro.

__ Olá Cláudia, a Berenice fala muito de você, é um prazer te conhecer, muito obrigado por me receber em sua casa.

Respondeu mineiro um pouco tímido.

__ Verdade, ela falou de mim, espero que tenha falado bem, olha lá menina __ Disse Cláudia para Berenice em meio a risadas.

__ Eu só falo bem da senhora tia, você sabe né, sou um anjo.

Disse Berenice piscando para uma das Primas.

__ Sei, vou fugir que acredito tá.

Respondeu sua tia.

Todos deram risadas, o clima era de aparente descontração, mas havia uma grande preocupação que atormentava a todos; dizer a verdade a mineiro, quando dizer é de que modo dizer, essa era a maior preocupação de todos.

__ João você não quer tomar um banho antes de jantar, o tio já preparou tudo, a toalha tá lá no banheiro.

Disse Berenice.

__ Vamos rapaz eu te ajudo,a propósito, consegui um par de moletas, um amigo vai trazer amanhã para mim, vai te ajudar a se locomover.

Disse Carlos a mineiro.

__ Eu agradeço muito seu Carlos, agradeço de coração o cuidado de vocês, desde já perdoe-me pelo trabalho todo que estou dando a vocês.

Respondeu mineiro.

__ Que isso rapaz, você já é da família, não se preocupe, não está dando trabalho.

Respondeu Carlos.

__ Por falar em família, tenho que ligar para Helena, dizer a ela que estou bem, também tenho que dizer a mamãe que estou bem.

Um clima de tensão tomou conta de todos, por alguns segundos todos ficaram em silêncio, Cláudia então quebrou o silêncio antes que o jovem percebesse algo, e com um sorriso no rosto tentou disfarçar o clima pesado que ficou na cozinha.

__ Vai lá meu anjo, tome um banho, relaxe seu corpo, depois da janta você liga para Helena, tudo bem, Mais vai lá, toma um banho primeiro.

Mineiro meio desconfiado levantou-se com a ajuda de Carlos, mineiro nada falou, continuou em silêncio, apoiado nos ombros de Carlos retirou - se para o banheiro.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 31/12/2015
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