REFLETINDO

Desde pequena, quando eu pensava na morte de meus pais, ficava muito assustada com essa orfandade. Achava que ficaria sozinha no mundo, no planeta. Que o sentimento de desamparo seria um tanto desesperador.

Também achava que sentiria falta do colo, independente da idade, e do cafuné.

E para quem eu contaria meus planos, segredos e medos?

Com quem eu choraria sem vergonha do pranto?

Com quem eu daria boas gargalhadas lembrando de fatos da infância, coisas inesquecíveis?

Achava que tudo isso acabaria e não teria mais pra quem telefonar e tirar dúvidas ou apenas perguntar como estavam.

Também achava que meus dias seriam mais vazios e tristes.

Sim, eu achava tudo isso.

E sabem?

Eu estava certa...

Mariza Schröder
Enviado por Mariza Schröder em 07/03/2017
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