A Mil...

A Mil...

Eu vivo, de certa forma, a mil.

Meus pensamentos se confundem e eu não tenho com quem dividir meus ideais e os meus sonhos.

Fico pensando se sou mal compreendida ou se sou eu quem não compreendo os outros. O barulho me incomoda, a agitação também, mas devo conviver com tudo isto e algo mais por não ser única...

Não consigo me proporcionar o descanso do corpo e da mente, nem minhas noites de sono podem ser espontâneas... Vivo ligada, mesmo quando durmo. É como se eu tivesse deitada, desconcentrada, porém em estado de vigília constante.

Ficar em casa é gratificante, é uma possibilidade que nem todos têm, e eu tenho. Posso estar atenta ao que acontece e presente no crescimento “do mundo” ao meu redor. Mas não tenho muitas chances de ouvir o silêncio e ficar calada, nem mesmo quando saio, se saio, preciso falar seja lá com quem for, e se não falo... Perguntam-me para que eu responda, e assim tenho que ouvir vozes, mas nem sempre sou ouvida. É fato que é melhor ficar calada do que falar demais, só que eu não posso, os do meu convívio acostumaram-se a me ter falando, mesmo que não me ouçam.

Agora, neste momento em que estou só, tenho mais uma vez o pensamento a mil, querendo saber qual a melhor coisa a fazer neste raro momento?

E continuo escrevendo...

Vou parar, vou acabar logo esta página, pois eu ainda não fiz nada do que sempre pensei em fazer em um momento como este.

Acabo de ouvir uma das minhas músicas preferidas, não sei por que me identifico com ela: Nem um dia- Djavan, só sei que...

Bom, em breve terei companhia. Vou ouvir mais uma vez a música de Djavan só que silenciosamente, sem teclar e sem luz. Só com a minha luz.

Terça-feira, 14/10/03 – 20:15.

Cláudia.