Ele, o silêncio.
Ele era a sombra da chama da vela na parede.
Ele era o sol num dia nublado.
Ele era a folha seca caindo da copa da árvore.
Ele era um grito em meio ao caos da cidade.
Silenciosamente ele se move pelas ruas.
Ele é invisível aos olhos dos transeuntes,
poderia ser presente como ausente,
tanto um quanto o outro, para ele, representava indiferença.
E se ele dançasse sozinho ali, no meio da rua?
E se ele começasse a cantar em meio ao silêncio das orações na capela?
E se ele se despisse dentro do ônibus e fosse expulso pelos passageiros?
E se fosse preso por atentado ao pudor?
E se dentro da cadeia ele fosse invisível aos olhos da sociedade como sempre foi?