Ele, o silêncio.

Ele era a sombra da chama da vela na parede.

Ele era o sol num dia nublado.

Ele era a folha seca caindo da copa da árvore.

Ele era um grito em meio ao caos da cidade.

Silenciosamente ele se move pelas ruas.

Ele é invisível aos olhos dos transeuntes,

poderia ser presente como ausente,

tanto um quanto o outro, para ele, representava indiferença.

E se ele dançasse sozinho ali, no meio da rua?

E se ele começasse a cantar em meio ao silêncio das orações na capela?

E se ele se despisse dentro do ônibus e fosse expulso pelos passageiros?

E se fosse preso por atentado ao pudor?

E se dentro da cadeia ele fosse invisível aos olhos da sociedade como sempre foi?

Elmo Férrer
Enviado por Elmo Férrer em 24/01/2019
Código do texto: T6558269
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.