Maurício de Nassau

Fatos relativos à vida do nobre e militar alemão

JOHANN MORITZ VON NASSAU-SIEGEN

(JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU-SIEGEN).

Conde, Governador do Brasil Holandês e

Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico.

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1602

20/março. É criada em Amsterdam, com a reunião do capital de diversas pequenas sociedades comerciais holandesas, num total de 6,5 milhões de florins, a Companhia Unida das Índias Orientais - Vereerigde Neederlandstche Geocitoyeerde Oast Indische Compagnie – VOC. Seu objetivo é o monopólio do comércio da Ásia, Japão e Oceania para a Europa.

1603

27/agosto. Casamento dos pais de Maurício de Nassau, o conde Johann von Nassau-Siegen (João VII ou João, O do Meio) e sua segunda esposa, Margaretha von Schleswig-Holstein, princesa de Holstein-Sonderburg da família real da Dinamarca.

1604

17/junho. Nasce Johann Moritz von Nassau-Siegen (Johan Maurits van Nassau-Siegen, em holandês) no castelo de Dillenburg, perto de Siegen, centro-oeste da Alemanha, como 13º filho de Johann von Nassau-Siegen e o primogênito de Margaretha von Schleswig-Holstein.

Foram seus padrinhos o avô materno, duque Johann von Schleswig-Holstein e o primo do seu pai, Moritz Oranje-Nassau, filho de Guilherme I, “O Taciturno” (Willem I, de Zwijger), príncipe de Orange, que ficou conhecido como “Pai da Pátria” por ter liderado a revolta holandesa contra o domínio espanhol.

1606

A família Nassau muda-se para o condado de Siegen que coube ao pai de Maurício na partilha das terras de seu avô, João, O Velho (João VI). Dillemburg fica com o primogenito Guilherme Luís.

1614

junho. Maurício de Nassau vai estudar na Universidade da Basiléia, na Suíça.

1615

junho. Nassau prossegue seus estudos em Genebra.

1616

Nassau vai para Kassel, oeste da Alemanha, onde estuda no Collegium Mauritianum, que lecionava francês, italiano, espanhol, retórica, história, filosofia, teologia, astronomia e matemática, além de montaria, música, dança, teatro e esgrima. Aquele centro educacional para a nobreza protestante havia sido criado por um seu cunhado, Moritz von Hesse-Kassel, que era casado com sua meia irmã Juliana, filha do primeiro casamento de seu pai.

1618

Tem início a Guerra dos Trinta Anos com a tentativa de imposição da religião católica romana pelo rei da Boêmia, Ferdinando II, em seu território e a conseqüente revolta dos nobres protestantes da Boêmia e Áustria, liderados por Frederico V. Além da questão religiosa, contribuíram para o conflito disputas sucessórias, territoriais e comerciais. O conflito vai se alastrar por quase toda a Europa.

1619

João VII manda buscar Nassau de volta para casa em Siegen, devido aos altos valores cobrados no Collegium Mauritianum.

A princesa Margaretha, envia Nassau a Leeuwarden para visitar seu tio Guilherme Luís, conde de Nassau-Dillemburg e stathouder da Frísia e também a Haia para conhecer seu padrinho e primo Maurício de Orange-Nassau. O objetivo era conseguir uma comissão para o jovem Nassau no exército da União dos Países Baixos, o que não foi concretizado.

1620

março. Nassau volta à Frísia, mas como tinha apenas 15 anos, ainda não é aceito no exército e volta para Siegen.

20/agosto. Maurício de Nassau ingressa no exército da União das Sete Províncias dos Países Baixos (Holanda, Frísia, Zelândia, Guerlândia, Utrecht, Brabante e Groeninga), com o posto de alferes de cavalaria.

Seus parentes há três gerações serviam nas forças militares dos Países Baixos. Holanda, Zelândia, Guerlândia, Utrecht e Brabante eram territórios governados por nobres da Casa de Orange (holandesa), enquanto Frísia e Groeninga eram governados pela Casa de Nassau (alemã).

1621

03/junho. É criada a Companhia das Índias Ocidentais (West-Indische Compagnie) com o monopólio da conquista, comércio e navegação da América, costa ocidental da África e Oceano Pacífico a leste das Ilhas Molucas. O conselho de administração, composto por dezenove membros, era conhecido como Conselho dos Dezenove (Heeren XIX). Seu capital inicial era de 3 milhões de florins. A WIC foi criada pelo sucesso obtido com a Cia. das Índias Orientais – VOC e para levar a guerra contra a Espanha ao Novo Mundo.

1623

27/setembro. Morre João VII (o do Meio), pai de Nassau. Siegen é partilhada entre João, o Moço e Guilherme Luís. Nassau herda os direitos aduaneiros do condado e terras em Fusselbach e no baixo Palatinado.

dezembro. Parte da Holanda a esquadra que vai atacar o Brasil pela primeira vez. A WIC estava interessada principalmente no açúcar para abastecer suas refinarias, além do pau-brasil e tabaco aqui produzidos.

1624

08/maio. Os holandeses invadem a Bahia através da esquadra de 23 navios e 1.600 marujos do almirante Jacob Willekens, do vice-almirante Pieter Pieterzoon Heyn e do comandante das tropas coronel Johan Van Dorth, com 1.700 homens.

1625

30/março. Chega a Salvador, enviada por Felipe II, uma força de libertação conjunta luso-hispana com 52 navios, 11 barcos menores e aproximadamente 15.000 homens comandados pelo nobre espanhol Dom Fradique de Toledo y Osório. Reforços vindos de outras partes do Brasil também se juntaram às forças vindas da Europa. O episódio fica conhecido como a Jornada dos Vassalos.

01/maio. Os invasores flamengos, então comandados por Willem Schauten, rendem-se às tropas aliadas.

04/abril. Casamento do príncipe Frederik Hendricks van Oranje com a condessa Amalia von Solms-Braunfels. Nassau vai freqüentar assiduamente as festas e reuniões culturais que passam a ocorrer no castelo dos príncipes da Holanda, o Binnenhof. Nesses encontros, Nassau torna-se amigo de Constantijn Huygens, secretário do príncipe Hendriks, poeta, humanista e incentivador das artes e ciências.

Nassau participa da campanha militar de Breda, sudoeste holandês, contra tropas espanholas.

1626

Nassau recebe promoção a capitão.

1628

08/setembro. Peter Heyn, captura na baia de Matanzas em Cuba, uma flotilha espanhola comandada por Don Juan de Benavides Bazan, carregada com ouro e prata do México que seguia para a Espanha, no valor de cerca de 15 milhões de florins. Diz-se que esse tesouro financiaria a próxima invasão flamenga no Brasil.

1629

23/dezembro. Começa a partir do porto de Texel, em pequenos destacamentos, a esquadra de invasão ao Brasil.

Nassau atinge o posto de tenente-coronel do exército da União. Destaca-se no cerco à Den Bosch (Bois-le-Duc), região norte de Brabante, no comando de uma companhia das tropas do príncipe Frederik Hendricks. Após quatro anos é promovido a coronel.

1630

14/fevereiro. Chega a Pau Amarelo/PE, sob o comando do almirante Hendrick Corneliszoon Lonck, a força de invasão holandesa com 65 embarcações e 7.280 homens do general Jonkheer Diederick van Waerdenburch.

16/fevereiro. Após combate no rio Doce, 3.000 homens do general Waerdenburch se apoderam de Olinda, sede da capitania de Pernambuco e seguem para o Recife.

17/fevereiro. Sem meios para defesa, Matias de Albuquerque manda queimar todo estoque de açúcar, bem como 24 navios no porto, carregados além do açúcar, com algodão, tabaco e pau-brasil, para dificultar a entrada dos barcos flamengos no Recife.

04/março. Por iniciativa de Matias de Albuquerque, começa a construção de uma fortificação na casa de Antônio de Abreu, zona norte do Recife, que passaria a ser chamada de Forte Real do Bom Jesus ou Arraial do Bom Jesus, hoje, Sítio da Trindade. O local vai servir de base para a guerrilha contra os neerlandeses por cerca de 5 anos.

1631

abril. Chegada ao Recife de nova força holandesa, ao comando de Adriaen Janszoon Pater e Marteun Thijssen. São 16 navios com uma tropa de 2.130 homens, entre os quais, o coronel polonês Chrestofle d’Artischau Arciszewski e o general alemão Sigmund von Schkoppe.

25/novembro. Olinda é incendiada pelos invasores que proíbem novas construções no local. O material ainda aproveitavel é transportado para o Recife. Novas autorizações para construções só serão dadas no governo de Nassau.

1632

20/abril. O mestiço Domingos Fernandes Calabar passa para o lado dos holandeses. Profundo conhecedor da região e das táticas de guerrilhas dos portugueses e aliados, leva os invasores a várias conquistas em toda a capitania de Pernambuco e nas terras vizinhas.

22/agosto. Sob o comando do príncipe Frederik Hendriks, Nassau participa ativamente da tomada de Maastricht. Seu esquadrão repele a Companhia Imperial do general Pappenhein que tentava romper o cerco dos holandeses àquela praça-forte. Esse feito lhe vale o comando de um regimento de cavalaria.

Nassau inicia a construção do seu palácio em Haia, junto ao lago Vijver, em terras compradas por ele vizinhas ao Binnenhof, castelo dos principes da Holanda. Projeto do arquiteto Jacob van Campen e executado pelo seu assistente Pieter Janszoon Post, ficou conhecido como Mauritshuis (casa de Maurício).

1634

30/dezembro. Tomada de Filipéia de Nossa Senhora das Neves (João Pessoa) pelos invasores. Os refugiados seguem para o Arraial do Bom Jesus.

1635

06/junho. Cai o Arraial do Bom Jesus após um cerco de três meses e três dias, pelas tropas do coronel Arciszewski, sem mais nenhum mantimento ou munição. Os remanescentes, sob o comando de Matias de Albuquerque, seguem para a Bahia.

19/julho. As tropas de Matias de Albuquerque, em conjunto com os fugidos do Arraial do Bom Jesus tomam o povoado de Porto Calvo, hoje Alagoas, até então sob comando do major holandês Alexandre Picard. Os vencedores exigem a entrega dos desertores Domingos Calabar e do judeu Manuel de Castro, almoxarife do povoado. Este último é condenado ao enforcamento de imediato.

22/julho. Calabar é julgado sumariamente e condenado à morte por garroteamento. Seus restos mortais são expostos na estacada da povoação quando os portugueses abandonam Porto Calvo em direção à Bahia. Segundo confissão de Calabar ao frei Manoel Calado, diversos portugueses importantes também colaboravam com os invasores, o que teria abreviado sua sentença de morte por Matias de Albuquerque para silenciá-lo.

1636

29/abril. No exército do seu tio, o príncipe Frederik Hendriks, Nassau participa decisivamente da tomada de Schenkenshans, próximo a Koblenz, ducado de Kleve, numa ilha do Rio Reno. A conquista da última fortaleza dos espanhóis na Alemanha o torna conhecido em toda a Europa.

04/agosto. Sob influência do príncipe Hendriks, Maurício de Nassau presta juramento e é nomeado Governador Geral do Brasil Holandês por um período de cinco anos.

A WIC lhe promete uma força de 32 navios e 7.000 homens.

Ele receberá 1.500 florins mensais, 6.000 florins para despesas pessoais e 2% sobre as presas de guerra obtidas no Brasil, mantendo seu soldo de coronel do exército holandês. Corriam ainda por conta da WIC suas despesas de mesa e criadagem (18 pessoas) além do médico pessoal e secretário. Nassau recebe ainda um adiantamento de 10 meses de salário antes da viagem, que seria ressarcido à WIC em caso de sua morte nesse período.

Seu título oficial era: Governador e Capitão Geral de Terra e Mar.

25/outubro. Nassau inicia sua viagem para o Brasil numa flotilha de quatro embarcações (Zutphen, Adão e Eva, Senhor de Nassau e Pernambuco) saídas do porto de Texel.

Da esquadra prometida a Nassau, seguem para Recife apenas 12 navios e 2.700 homens.

No Zutphen, além de Nassau, estão: seu irmão mais moço, João Ernesto II, um sobrinho, Carlos von Nassau e os três membros do Alto Conselho, Mathijs van Ceulen, Johan Gisseling e Adriaan van der Dussen.

Além de 350 soldados, traz cientistas, artistas, arquitetos e engenheiros, entre os quais o latinista e poeta Franciscus Plante (seu capelão no Brasil), o médico e naturalista Willem Piso, seu médico pessoal, Willem van Milaenen, os pintores Frans Post e Albert Eckhout e os cartógrafos Cornelius Golijath e Jan Vingboons.

06/dezembro. A comitiva de Nassau retoma viagem após 40 dias abrigados das péssimas condições do mar do Norte no porto de Falmouth na Inglaterra.

1637

23/janeiro. A frota de Nassau aporta no Recife.

05/fevereiro. As tropas de Nassau marcham para Porto Calvo a fim de combater as forças do conde de Bagnuolo, que contavam com 4.000 homens entre portugueses, espanhois e nativos. Nassau pretende também fixar as fronteiras da colônia ao sul.

18/fevereiro. Começa a batalha pela posse de Porto Calvo.

05/março. Após três semanas de lutas, os portugueses se rendem aos invasores, que se apoderam de grande quantidade de armas e equipamentos. Apesar das poucas baixas holandesas, morre o sobrinho de Nassau, conde Carlos von Nassau.

A força holandesa persegue os remanescentes até o rio São Francisco, em Penedo, onde é construído o Forte Mauritz. Os portugueses fogem para Sergipe e posteriormente para Salvador.

Voltando ao Recife, Nassau inicia a organização da administração da província, principalmente da economia açucareira, pois os engenhos estavam quase que totalmente improdutivos por conta da guerra entre lusos e flamengos.

Manda leiloar os 65 engenhos cujos donos haviam fugido, arrecadando cerca de 2 milhões de florins.

Cria as Câmaras de Escabinos, semelhantes às já existentes na administração portuguesa. A primeira câmara foi a de Olinda, seguidas das de Serinhaém, Porto Calvo, Igarassú, Itamaracá, Paraíba e Rio Grande.

Nassau pretendia também transformar o Recife em Vrijhaven (porto livre) das Américas.

Havia até a intenção de criar uma universidade no Recife, que seria a primeira do hemisfério sul.

25/junho. Devido a falta de escravos para os engenhos de cana de açúcar, fugidos por causa da guerra entre holandeses e portugueses, Nassau envia uma expedição de nove navios para a Guiné, na África, sob comando do coronel Hans van Koin, para trazer mais negros para Pernambuco.

28/agosto. Depois de cinco dias de duros combates com as forças portuguesas e os nativos, os holandeses de Koin tomam o Forte Elmina o mais importante da chamada “Costa do Ouro” africana.

1638

janeiro. Nassau manda publicar edital obrigando os senhores de engenho a plantar 200 covas de mandioca para cada escravo que possuisse. O objetivo era garantir alimentação à população, devido a monocultura da cana de açúcar. A cota deveria ser plantada metade em janeiro e metade em agosto de cada ano.

08/abril. Sob ordens da Cia. das Índias Ocidentais, os holandeses partem do Recife com uma esquadra de 36 navios, 3.600 soldados e 1.000 índios tentando ocupar o território da Bahia.

março. O astrônomo e naturalista Georg Marcgrave chega ao Recife para integrar-se a corte de Nassau. Aportou primeiramente em Salvador onde convalesceu antes de seguir viagem.

16/maio. Os neerlandeses tomam os Fortes de Santo Alberto, São Filipe e São Bartolomeu na região da baia de Todos os Santos. Encontram-se novamente com o conde Bagnuoli que comanda a defesa de Salvador por designação do governador-geral Pedro da Silva.

17/maio. Após intenso bombardeio da artilharia holandesa e apesar do comando pessoal de Nassau na linha de frente do assalto, os defensores conseguem manter a cidade livre, lutando com bravura e aproveitando o início da estação das chuvas, infringindo grandes baixas às tropas flamengas.

25/maio. A força holandesa embarca de retorno ao Recife.

Nassau adquire a ilha de Antônio Vaz para expandir as construções junto ao Recife, aonde não havia mais terreno livre.

Nassau constroi o dique de Afogados que tinha cerca de 2 km de extenção. Servia de comunicação entre o forte de Cinco Pontas e o forte de Afogados, além de barragem contra as cheias do rio Capibaribe. O local hoje é a rua Imperial.

20/dezembro. Observado por Georg Marcgrave no Recife um eclipse total da Lua, provavelmente, o primeiro evento astronômico registrado cientificamente nas Américas. Com as informações obtidas, Marcgrave pode calcular com precisão a longitude da cidade do Recife e a distância entre a Europa e a América.

1639

20/março. Atendendo solicitação do governo do Recife, e sob ordens do Conselho dos XIX, chega ao Recife um regimento de infantes composto de doze companhias, comandado pelo coronel Chrestofle Arciszewski.

20/maio. Após vários desentendimentos entre o comandante polonês e o governador do Brasil Holandês, este toma conhecimento da minuta de uma carta que Arciszewski pretendia enviar ao Burgomestre de Amsterdam, Albert Koenraats van der Borg. Nassau convoca os membros do Conselho e apresenta o conteúdo da carta aos mesmos, deixando com eles a decisão da escolha entre ele e Arciszewski para continuar no Brasil.

26/maio. Para apaziguar a situação entre Nassau e Arciszewski, o Conselho decide dar licença ao polonês, trazendo-o de volta à Holanda e mantendo Nassau em seu posto no Recife.

28/setembro. Inaugurado o primeiro observatório astronômico do continente americano com o registro da ocultação de Mercúrio pela Lua, feita por Georg Marcgrave. O observatório estava localizado na parte superior da primeira casa de Nassau no Recife, hoje esquina da Rua do Imperador com a Rua 1° de Março.

16/dezembro. Gaspar Dias Ferreira, membro da Câmara dos Escabinos de Olinda, propõe mudar o nome do colegiado para Câmara da Cidade Maurícia, quando o orgão foi transferido de Olinda para a ilha de Antônio Vaz, hoje bairro de Santo Antônio.

23/dezembro. Nassau e o Alto Conselho autorizam a mudança do nome proposta por Gaspar Ferreira. O local passa a ser conhecido como Mauritsstadt (Cidade Maurícia).

1640

abril. Tropas do capitão Charles de Tourlon Junior da guarda pessoal de Nassau, transportados em navios de Lichthardt, assaltam a região do Recôncavo Baiano. Destroem 27 engenhos, capturando escravos, equipamentos e açúcar.

09/maio. Maurício de Nassau apresenta um pedido oficial de exoneração, alegando ser mais útil como coronel do exército da União que como governador. Seu pedido é negado.

Nassau muda-se de sua primeira residência para um pavilhão nos jardins por ele construídos na ilha de Antônio Vaz. A antiga casa passa a ser sua residência oficial.

27/agosto. Nassau reúne no Recife uma assembléia com representantes de todas as freguesias da capitania para estabelecer normas de conduta e negociação na Nova Holanda. Alguns consideram essa reunião como a primeira assembléia legislativa do Brasil, enquanto outros afirmam tratar-se apenas de um engodo para acalmar os portugueses pelo ataque a Salvador. As reuniões seguiram até 04 de setembro.

outubro. A casa de Nassau conhecida como La Fontaine, no atual bairro das Graças é transformada em fábrica de cerveja, a primeira das Américas, sob orientação do mestre cervejeiro Dirck Dicx.

13/novembro. Marcgrave observa um eclipse solar parcial no Recife.

01/dezembro. Deflagrada a revolução restauradora que separa Portugal da Espanha, juntos como União Ibérica desde 1581 por decisão de Felipe II, elevando ao trono português o duque de Bragança, como D. João IV, descendente por linhagem materna da antiga Casa Real de Borgonha. Os portugueses passam a ser aliados da Holanda, antigos inimigos da Espanha.

03/dezembro. O rei D. João IV é proclamado soberano do trono luso na cidade de Elvas.

Tem início a construção de uma sinagoga em Mauritsstadt, Kahal Kadosh Zur Israel (Santa Comunidade Rochedo de Israel), na Rua dos Judeus (Jodenstraat), antiga Rua do Bode (Bockestraat). É a primeira sinagoga construída nas Américas.

1641

25/janeiro. Nassau determina a contratação da construção de uma ponte ligando o Recife a Mauritsstadt.

18/fevereiro. O judeu português Baltazar da Fonseca arremata por 240.000 florins os direitos de construção da ponte que ligaria o Recife à ilha de Antônio Vaz. O prazo de construção é de 2 anos.

23/fevereiro. Os Estados Gerais (Staten-Generaal), parlamento da República das Províncias Unidas dos Países Baixos, enviam carta a Nassau ordenando que ele amplie ao máximo o território holandês no Brasil, aproveitando a fragilidade de Portugal e Espanha, enquanto aguarda as negociações de paz.

14/março. Aporta no Recife caravela portuguesa de João Lopes, conduzindo carta do Vice-Rei Dom Jorge de Mascarenhas, marquês de Montalvão, sucessor de D. Fernando de Mascarenhas, para fazer a comunicação oficial a Maurício de Nassau dos acontecimentos ocorridos entre Portugal e Espanha e com uma proposta de armistício.

abril. Nassau promove grandes festividades no Recife, inclusive com torneios equestres, para comemorar a restauração do trono português.

30/maio. Tendo convencido os dirigentes da Cia. Das Índias de que era mais vantajoso atacar Angola, por conta dos escravos, do que a Bahia, Nassau envia uma força de invasão à África com 20 navios e mais de 4.000 homens.

21/agosto. Os holandeses chegam a São Paulo de Luanda sob comando do almirante Cornelis Cornelisz Jol, o Perna-de-Pau, e do coronel James Henderson que toma a cidade quase sem resistência. Conseguem apresar ainda 30 navios, além de muita artilharia e munição.

12/setembro. Nassau proíbe novas construções em Olinda para fomentar a ocupação do solo em Mauritsstadt.

18/novembro. Assinada a ratificação do tratado de paz de 10 anos entre Holanda e Portugal.

Concluída a construção da primeira sinagoga das Américas, Zur Israel, no Recife.

1642

22/fevereiro. Os Estados Gerais tomam conhecimento do tratado de paz com Portugal. Comunicam o fato às Companhias das Índias Orientais e Ocidentais o que faz cair o valor de suas ações no mercado de Amsterdam, assim como a cotação do açúcar.

01/maio. Viaja para a Holanda o secretário particular de Nassau, Johan Cart Tolner, levando um longo relatório à Assembléia dos Estados Gerais. O objetivo de Nassau é conseguir mais tropas e recursos para melhor desenvolver a Nova Holanda, aproveitando o estado de paz com Portugal.

Sabedores da intenção de Nassau de voltar para a Europa, os judeus do Recife lhe enviam carta pedindo sua permanência e oferecendo-lhe 3.000 florins por ano durante o tempo que estivesse na cidade.

01/julho. Mudança de Nassau para o Palácio de Friburgo (Vrijburg), também conhecido como Palácio das Torres, que passa a ser sua residência oficial no Recife. Estava localizado no extremo norte da ilha de Antônio Vaz e ao seu redor foram construídos viveiros de peixes, um jardim botânico, e um zoológico, os primeiros de toda a América. A região é hoje ocupada pelo Palácio do Campo das Princesas, Teatro Santa Isabel e Praça da República. O custo de sua construção foi avaliado em 200 mil florins, à época.

03/julho. Nassau recebe a notícia da assinatura do tratado de paz entre Portugal e Holanda.

25/julho. Tolner comparece à Assembléia para entregar o relatório de Nassau sobre a situação no Brasil.

27/julho. É permitido a Tolner ler o relatório na Assembléia, destacando-se: a quantidade de soldados disponíveis no Brasil, sendo 3.064 entre Sergipe e Ceará e 1.779 para Maranhão, São Tomé e Angola; a restrição da liberdade religiosa aos portugueses; a oferta de uma comissão à Nassau pelos portugueses e judeus sobre a produção de açúcar em caso de sua permanência no comando da colônia e finalmente sobre a situação da dívida dos senhores de engenho com a WIC.

outubro. Ocorre no Maranhão o primeiro movimento de revolta contra os holandeses, através dos senhores de engenho que, juntamente com os índios Tapuias, atacam o Forte Monte Calvário e cercam São Luís.

02/novembro. Georg Marcgrave instala seus instrumentos astronômicos numa das torres do Palácio de Friburgo.

Aberta a sinagoga do Recife, Santa Comunidade Rochedo de Israel.

1643

03/abril. Nassau manda prender Charles de Tourlon Junior, capitão de sua guarda pessoal, acusado de envolvimento em rebelião com os portugueses. Ele havia enviado uma carta à Holanda relatando amizade de Nassau com portugueses que julgava estarem conspirando contra os flamengos. Tourlon era casado com D. Anna Gonsalves Paes de Azevedo, herdeira do engenho Casa Forte.

22/maio. Descontentes com a administração de Nassau pelos baixos lucros e a perda da província do Maranhão, os Estados Gerais decidem pela volta do conde à Holanda.

Construção do Palácio da Boa Vista (Schoonzit) como residência privada de Nassau. O nome é escolhido pelas belas paisagens que se podia observar ao seu redor. Hoje, no local, existe o Convento do Carmo.

Nassau determina a construção de uma ponte ligando o palácio Schoonzit ao continente.

30/setembro. Maurício de Nassau recebe carta dos Estados Gerais comunicando sua dispensa do cargo de governador do Brasil Holandês, com a promessa de ser designado para outras funções na Europa.

1644

janeiro. Enviado requerimento à Camara do Recife onde os representantes locais pedem ao Conselho Supremo e ao próprio conde a prorrogação de sua governança no Brasil Holandês. Comprometiam-se inclusive em custear as despesas pessoais de Nassau.

17/janeiro. Nassau envia tropa de mil soldados, sob o comando do capitão Rudolf Baro, para atacar o quilombo de Palmares, situado na serra da Barriga, hoje Alagoas, seguindo informes de Bartolomeu Lintz. Voltam com apenas 31 prisioneiros, sem conseguir conquistar o quilombo.

28/fevereiro. Inaugurada a ponte ligando o Recife à Mauritsstadt. Como Baltazar da Fonseca não conseguiu finalizar a obra, Nassau custeia a conclusão do próprio bolso. Foi a primeira ponte de grandes dimensões do Brasil com 318 metros de extensão, 15 pilares de pedra e 10 de madeira.

Conta a lenda que, nesse dia, ocorreu o evento do “boi voador” ou boi de Melchior, quando Nassau teria feito uma encenação para atrair o povo para a inauguração da ponte.

Esta ponte foi reformada no século XVIII e demolida em 1862 para construção da ponte atual.

Nassau contrata Herman Hagenau para construir outra ponte, essa sobre o Rio Afogados, interligando o dique de Afogados ao Forte Príncipe Guilherme (Cinco Pontas). A ponte tinha 120 pés de extensão e o custo foi de 6.000 florins

06/maio. Maurício de Nassau entrega seu cargo de governador geral do Brasil Holandês ao Alto Conselho, composto na época por Hendrick Hamel, Pieter Bas e van Bullestrate.

Deixa um manuscrito que seria uma espécie de testamento político onde, entre outras sugestões, destacam-se: ser tolerante com a prática dos cultos religiosos; não lançar novos impostos para não inviabilizar os negócios na colônia; severa disciplina militar porém, pagamento regular dos soldos e fornecimento adequado de equipamentos e armas à tropa, bem como conservação das instalações militares; apuração rigorosa das queixas apresentadas pelos portugueses à administração holandesa e controlar cuidadosamente a correspondência entre o clero católico das províncias conquistadas e o da cidade de Salvador.

11/maio. Nassau deixa o Recife, que na época já contava com mais de 2 mil casas, com sua comitiva seguindo para Olinda, Itamaracá e depois para a Paraíba. Pelo caminho vai recebendo o reconhecimento da população.

13/maio. Nassau parte para a Holanda em uma frota de 13 navios, saindo do porto de Cabedelo no mesmo barco que o trouxe ao Brasil, o Zutphen. À sua partida acorreu verdadeira multidão e além da salva de artilharia foi tocado o hino nacional holandes Wilhelmus Van Nassauwen. A carga transportada para a Europa era avaliada em 2,6 milhões de florins, e incluía: cavalos, conchas marinhas e seixos, dentes de elefantes, farinha de mandioca e doces de frutas cristalizadas, redes, utensílios e adornos indígenas além de toras de pau-brasil e outras madeiras de lei. No entanto, o mais importante tesouro eram as obras artísticas e científicas produzidas na sua corte.

julho. Nassau desembarca em Texel. Descansa alguns dias em Elder.

12/agosto. Maurício de Nassau apresenta seu relatório à Assembléia dos Estados Gerais em Haia. Desliga-se da Companhia das Indias Ocidentais e retorna ao seu cargo de coronel do exército da União.

20/agosto. Nassau volta aos Estados Gerais e enfatiza a situação do Brasil Holandês. Fala das dívidas dos senhores de engenho e dos exorbitantes juros cobrados pela Cia. das Índias Ocidentais.

Inaugurada a Mauritshuis em Haia. As despesas com a construção atingiram 500.000 florins em avaliação da época. Era chamada maliciosamente pelos diretores da WIC de Suikerhuis (casa do açúcar). Hoje, é o museu denominado Koninklijk Kabinet van Schilderijen Mauritshuis (Real Gabinete de Pinturas Casa de Maurício).

A festa de inauguração é marcada pela encenação da dança de guerra dos índios Tapuias que acompanharam Nassau à Europa. O espetáculo causa grande espanto aos presentes, pois os índios apresentaram-se nus, como viviam no Brasil.

20/setembro. Nassau volta à Assembléia em Haia onde faz várias sugestões, dentre as quais: conquistar todas as colônias espanholas na América do Sul a fim de manter e fortalecer as possessões no Brasil e ser mais sensato na cobrança das dívidas da Cia. das Índias Ocidentais contra os comerciantes do Brasil para não leva-los a falência.

outubro. Com a morte do general van Stakenbroek, Nassau é promovido a tenente-general da cavalaria dos Estados Gerais, quarto posto na hierarquia do exército neerlandês.

dezembro. Nassau é designado stathouder de Wezel, participando das ações militares na guerra de 1645 e 1646, sob as ordens do príncipe Frederico Henrique.

1645

Nassau vai para Siegen onde toma posse do castelo da família. Negocia a partilha das igrejas da região entre católicos e protestantes, já que seu tio, Joao o Moço, havia implantado forte repressão aos evangélicos.

Iniciados os combates da chamada Insurreição Pernambucana, para expulsão dos holandeses, a partir dos engenhos da várzea do rio Capibaribe. Inicialmente não conta com a ajuda da coroa de Portugal, sendo considerado como o primeiro movimento nativista brasileiro.

13/junho. Assinado o compromisso de honra pelos patriotas em Pernambuco: "Nós abaixo assinados, nos conjuramos e nos comprometemos em serviço da liberdade, a não faltar em nenhum tempo, com toda a ajuda de fazenda e pessoas, contra qualquer inimigo na restauração de nossa Pátria". A senha dos insurretos era a palavra “açúcar”.

03/agosto. Vitória das tropas luso-brasileiras sobre os holandeses, comandados por Hendrick van Haus, na batalha do Monte das Tabocas em Vitória de Santo Antão/PE.

17/agosto. Nova vitória das tropas aliadas, agora no engenho Casa Forte, de propriedade de D. Anna Paes, cuja casa havia sido transformada em fortaleza pelos holandeses.

17/agosto. Por ordem do Conselho de Guerra no Recife, tem início a demolição das construções da Nova Maurícia, conjunto de casas que Nassau havia mandado fazer entre o Forte das Cinco Pontas e a Igreja dos Calvinistas, para uso das pessoas mais humildes. A medida visava melhorar as condições de defesa da cidade contra os ataques dos insurretos.

1646

Nassau participa dos últimos combates contra os espanhois em Flandres.

1647

A Cia. das Índias Ocidentais convida outra vez Nassau para o cargo de Governador-Geral do Brasil mas, ele recusa a oferta.

20/abril. O historiador e poeta belga Caspar van Baerle (Gaspar Barlaeus) publica em Amsterdam o livro História dos Feitos Praticados Durante Oito Anos no Brasil e Outras Partes (Rerum per octenium in Brasilia et alibi nuper gestarum, Sub Praefectura Illustrissimi Comitis I. Mavritii Nassoviae), onde relata a administração de Nassau no Brasil, além de descrever a natureza e os habitantes do país.

Com 340 páginas, contém 56 gravuras, 31 ilustrações de paisagens e cenas de batalhas (Frans Post) e 25 mapas (Georg Margrave). É considerado o melhor livro publicado sobre o período colonial brasileiro. Originalmente escrito em latim, foi traduzido para o alemão em 1659.

O rei D. João IV nomeia o general peruano Francisco Barreto de Menezes comandante em chefe das tropas luso-brasileiras em Pernambuco.

29/outubro. O príncipe-eleitor de Brandenburg, Frederik Hendricks, nomeia Nassau stathouder do ducado de Kleve, Alemanha, onde ele promove a construção de avenidas, jardins, parques e canais. Nessa cidade, Nassau passa a maior parte de seu tempo até a morte.

novembro. Nassau passa a servir também no exército de Frederik Hendricks, devido ao casamento entre Frederico Guilherme e Luísa Henriqueta, da Casa de Orange.

Publicado, também sob o patrocínio de Nassau, o poema épico Mauriciadas escrito em latim por Franciscus Plante. Impresso em Amsterdam por Joannis Maire, trata dos feitos militares da Cia. das Indias Ocidentais e de Nassau, tendo sido duramente criticado pelos especialistas da época e também pelos historiadores. Contém gravuras, mapas e retratos de Nassau e Plante

1648

19/abril. Primeira batalha dos Guararapes. As tropas de Sigemundt von Schkopp partem do Recife com o objetivo de atacar Muribeca, centro abastecedor de mantimentos do Arraial Novo do Bom Jesus. O mestre-de-campo, general Francisco Barreto de Menezes, toma conhecimento dos planos de Schkopp, e posiciona suas tropas nos Montes Guararapes para dar combate aos holandeses no caminho para Muribeca, contando em seu efetivo com os comandantes João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão. Apesar da artilharia holandesa, as tropas aliadas conseguem se impor, causando graves ferimentos em Schkopp, que retorna ao Recife com os sobreviventes, onde permanecem sob sítio dos revoltosos.

Na Holanda e sob o patrocínio de Nassau, Johannes de Laet edita e publica o livro Historia Naturalis Brasiliae, que era dividido em duas partes: Medicina Brasiliensi (Piso) e Historiae Rerum Naturalium Brasiliae (Marcgrave). Foi a primeira obra científica sobre a natureza do Brasil, sendo ricamente ilustrada. Serviria de referência da fauna e flora brasileiras até o final do século XVIII, inspirando inclusive, os trabalhos dos naturalistas Alexander von Humbold e Geoffrey Saint-Hilaire.

Impresso em Portugal o livro “O Valeroso Lucideno e o Triunfo da Liberdade”, escrito pelo frei Manoel Calado. Religioso da Ordem de São Paulo dos Eremitas d’Ossa, o frei Calado veio ao Brasil no início da década de 1620, fixando-se em Salvador.

Teve contato com os holandeses na invasão de 1624 na Bahia e em Porto Calvo em 1635, presenciando ali a execução de Calabar. A partir d’aí, adere à causa dos brasileiros na guerrilha contra os invasores.

Por convite de Nassau, vai viver em Mauritsstadt, sendo perdoado dos atos contra os holandeses. Em julho de 1646 retorna a Portugal com os originais do seu livro. Nele, narra e comenta diversos episódios da ocupação holandesa no Nordeste brasileiro, sendo considerado importante documento do período seiscentista brasileiro.

1649

janeiro. O rei da Inglaterra, Charles I é executado, sendo abolido o regime monárquico. Parte de sua família vai viver na Holanda, inclusive seus filhos Charles II e os duques de York e Gloucester, que por algum tempo são hospedes de Maurício de Nassau.

18/fevereiro. Segunda batalha dos Guararapes. Com o fracasso das negociações entre o rei D. João IV e o Conselho dos XIX, os diretores da Cia. das Índias Ocidentais ordenam ao novo comandante no Recife, o coronel Van den Brink, que rompa o cerco e ataque as tropas de Barreto de Menezes nos Guararapes. As tropas aliadas contornam o monte e atacam a retaguarda holandesa que procura resistir mas, são batidos e fogem, deixando para trás grande quantidade de armas e equipamentos, inclusive artilharia. Entre os mortos do lado flamengo estão, o coronel Van den Brink, o vice-almirante Giesseling e o chefe dos índios tapuias Pero Poty.

1652

Nassau é sagrado Herrenmeister (mestre-cavaleiro) da Ordem de São João em Brandenburg, ordem medieval com sede na ilha de Malta, conhecida como Joanitas, em cerimônia realizada no castelo de Sonnemburg.

1653

Em Praga, sagrado pelo imperador Fernando III, Maurício de Nassau torna-se principe (Reichsfürst) do Sacro Império Romano-Germânico. Nassau presenteia o imperador com desenhos, pinturas e móveis do Brasil.

1654

24/janeiro. O Governo do Brasil-Holandes sitiado no Recife e Mauritsstadt manda uma comissão para negociar a paz com os comandantes das tropas aliadas.

26/janeiro. Os holandeses capitulam assinando o termo de rendição na Campina do Taborda. No dia seguinte, as tropas de Barreto de Menezes entram no Recife. Foram entregues também pelos holandeses as capitanias de Itamaracá, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

28/janeiro. O general Barreto de Menezes recebe as chaves da cidade do general von Schkoppe e do Conselho Supremo.

13/junho. Nassau presenteia seu primo, o rei Frederico III da Dinamarca com 26 pinturas a óleo, sendo 24 quadros de Albert Eckhout, além de outros objetos oriundos do Brasil, recebendo a comenda da Ordem Real do Elefante Branco da Dinamarca.

1655

Nassau, agora governador da Renânia, funda em Duisburg uma universidade que, viria a tornar-se a Universidade de Bonn.

1657

Em Frankfurt, Nassau participa como representante do principe Leopoldo, da Boêmia e Hungria, e do arquiduque da Áustria, das negociações para a sucessão do imperador Fernando III no trono do Sacro Império Romano.

1658

Nassau é nomeado governador da cidade de Minden.

1659

Nassau realiza experimentos com artilharia na praia de Scheveningen, em Haia.

1661

20/julho. Como representante do Grande-Eleitor de Brademburg, Nassau consegue a assinatura de um tratado com o novo rei da Inglaterra, Charles II. Maurício de Nassau também tinha a missão de contratar o casamento de Charles II com a princesa Maria de Orange mas, esse objetivo não teve êxito.

06/agosto. É assinada a Paz de Haia, em que a Holanda reconhece o domínio português sobre as terras do nordeste do Brasil e Angola na África. Portugal paga 4 milhões de cruzados ou 600 mil libras esterlinas, equivalentes na época a 63 toneladas de ouro, como indenização à Holanda, num período de dezesseis anos, em prestações anuais. Este valor foi pago, quase que em sua totalidade, com o recém descoberto ouro da região de Minas Gerais.

1665

06/janeiro. De volta de cerimonia funebre em Leeuwarden, Nassau escapa de afogar-se em um canal em Franeker, região norte holandesa, quando a ponte desaba no momento que sua comitiva a atravessava. A ponte passa a chamar-se Mauritsbrug.

Nassau é nomeado marechal do exército neerlandes pelo prazo de um ano.

Nassau participa da guerra contra o bispo Christoph B. von Galen de Münster, cujas tropas atacaram a Holanda como aliadas da Inglaterra.

1666

O cargo de marechal de Nassau é prorrogado por mais 01 ano.

1667

Nassau participa de combates contra tropas francesas que atacam a Holanda.

1671

Nassau participa da guerra contra a Espanha.

Concluída a obra do Prinsenhof no centro de Kleve, que passa a ser a residencia oficial de Maurício de Nassau. Seu projeto esteve inicialmente a cargo de Maurits Post, filho de Fraz Post e afilhado de Nassau. Em seguida, os trabalhos passaram às mãos de Daniel Dopff.

1672

Com o apoio de Johan de With, Nassau recebe em definitivo o posto de marechal do exército das Provìncias Unidas. Devido a sua idade avançada, é criado um novo posto paralelo de marechal que é ocupado por Paulus Wirtz.

1673

Nassau desloca suas tropas para a Frísia a fim de combater os franceses.

novembro. Nassau retorna a Mauritshuis a fim de tratar-se de complicações de saúde advindas do clima frio e úmido do norte holandês.

1674

11/agosto. O príncipe Nassau destingue-se na batalha de Seneffe, atualmente na Bélgica, contra tropas francesas de Louis II de Bourbon, Prince de Condé. Foi uma das mais sangrentas ações do século XVII e Nassau, ainda que enfermo, permanece no combate até o final, por cerca de 15 horas ininterruptas. Ainda assim, ao final dos combates, Nassau ofereceu as carroças onde viajava para atendimento dos feridos mais graves.

21/dezembro. Morre em Dondrecht, Holanda, aos 57 anos, Anna Paes, ex-dona do engenho Casa Forte no Recife. Ela foi casada primeiramente com o capitão Pedro Correia da Silva que morreu no ataque dos holandeses ao Forte São Jorge. Em 1637 casa-se com o capitão holandes Charles de Tourlon. Enviuvou novamente em fevereiro de 1644. Casa-se pela terceira vez com o conselheiro de justiça Gilbert de With em 1645.

Com a expulsão dos invasores em 1654, D. Anna Paes muda-se para a Holanda. Existem relatos de que Anna Paes teve um relacionamento amoroso com Maurício de Nassau durante a permanencia deste no Recife.

Nassau ocupa o cargo de governador de Utrecht.

O príncipe Nassau retira-se da vida pública.

1675

Nassau recebe do governo neerlandez a missão de vistoriar as fortificações da fronteira.

1676

Nassau, já enfermo, pede reforma e deixa as ocupações militares indo viver no ducado de Kleve.

Nassau escreve uma Memória sobre as técnicas de replantio de árvores.

1678

10/agosto. Nassau participa como consultor militar da conferência de paz em Nijmegen entre holandeses e franceses.

Construído por Hermann Pithan, o mausoléu de Nassau na propriedade rural denominada Berg-und –Tal (Monte e Vale) nos arredores da cidade de Kleve na Alemanha. Nele está gravado o lema dos principes de Nassau: Qua patet orbis - Até os confins da Terra.

Também pode ser visto, entre outros títulos de Nassau, o de “Princeps Brasiliensis”.

Nassau sofre ataque de malária.

10/dezembro. Nassau envia carta ao rei Luís XIV da França oferecendo-lhe uma coleção de 18 quadros do Brasil, que ele intitula de “Retratos de todo o Brasil”.

1679

A coleção Retratos de todo o Brasil é adquirida por Luís XIV e exposta no Louvre em Paris.

26/junho. Nassau escreve ao representante dos Países Baixos na Dinamarca a fim de obter cópia dos quadros que havia presenteado ao rei Frederico III em 1654.

20/dezembro. Morre o príncipe Johann Moritz von Nassau-Siegen em Berg-und-Tal, onde é enterrado em seu mausoléu.

1680

março. Os restos mortais de Maurício de Nassau, que ficará conhecido como “Nassau, O Brasileiro” são trasladados para o panteão da família em Siegen.

Não é conhecido que Mauricio de Nassau tenha deixado nenhum descendente direto.