FREIRES DE LIMA (DESCENDENCIA FAMILIAR)

SEMENTES DE UMA GERAÇÃO

Dado as restrições sociais provocadas pela pandemia da Covid-19, muitos foram os impasses que limitaram as pesquisas sobre os demais irmãos de Zulmira. Todavia, preciosas informações orais e fontes documentais fornecidas pelo jovem médico-historiador Bruno Mendonça foram decisivas para que pudéssemos vislumbrar importantes indícios e avultadas investigações que se materializam neste resumido opúsculo. Histórias que devem ser contadas antes que o tempo as apague.

Como anteriormente visto, Antônio e Laurinda, ao desembarcarem no Amazonas, trouxeram consigo alguns filhos nascidos no Ceará, outros oriundos da região boliviana do Alto Juruá, dentre eles, “Zulmirinha”. Porém, foi em Fonte Boa que a família cresceu, novos filhos surgiram e os lastros sociais e afetivos foram se consolidando. Lá, viveram intensamente, perpetuaram gerações que gradativamente foram se espalharam mundo afora.

Ainda que, não obtido o nome de todos, nem a ordem de nascimentos, destacamos dos que conseguimos coletar, fragmentos que norteiam evidências para um novo estudo social, se for o caso, a partir das seguintes descrições:

1. (José) Joaquim Freire de Lima - Conforme declaração de nascimento, chegou a este mundo no dia 09 de fevereiro de 1886, em Russas, Ceará. Batizado no dia 21 do dito mês e ano, na Capela de São Sebastião, pelo vigário João Luís de Santiago, teve como padrinhos o Sr. João Honorato de Souza e Fran(?) Rojas de Jesus. Consta ter acompanhado os pais até o vale do Amazonas. Em 1919, aparece como passageiro no Vapor São Luiz, em companhia de sua mãe, Laurinda, vindos de Iquitos. Foi agente dos Correios, instituição instalada na vila de Fonte Boa no dia 24 de janeiro de 1892. Ajudou seu pai no comércio, e com o passar do tempo tomou seu próprio negócio. Notícias afirmam que, em data incerta, transladou-se para outros munícios até chegar em Manaus com a família, onde se estabeleceu e morou até o dia que o espírito da morte bateu a sua porta. Um expressivo representante dessa cepa é o seu neto, o saudoso Djalma Batista de Lima, filho de José Joaquim com a senhora Cacilda Tavares. Djalma, por vez, nasceu em 12 de julho de 1927, no município de Barreirinha. Tinha na veia o sangue político. Por diversas vezes pleiteou os cargos de vereador e deputado estadual. Seus padrinhos políticos foram o deputado José Bello Ferreira e o Senador Raimundo Parente. Djalma foi líder comunitário do bairro da Raiz, na zona centro sul de Manaus. Também foi porta voz dos funcionários do Departamento de Estradas e Rodagens - DER-AM, buscando justiça social e demais reivindicações que pudesse oportunizar um melhor ambiente de trabalho e qualidade de vida a classe de trabalhadores desse importante Órgão Estadual, desativado na gestão do governador Amazonino Mendes.

2. Anália Freires de Lima – Sabe-se que em 1917 residia na Capital do Amazonas, bem como teria casado com Joaquim Gonçalves Rabelo. Dela, quem nos deu algumas referências foi a Graça Lins, que disse: “lembro da dona Anália, antiga moradora do Parque 10 de Novembro, visitava semanalmente a dona Zulmira”.

3. Aurélio Freires de Lima - Em 1917, consta embarcado em Jutaí, no vapor “Marariá”, em companhia de sua mãe Laurinda, com destino a cidade de Iquitos no Peru.

4. João Freires de Lima. Nascido no Alto Juruá, na comunidade de Montserrat, chegou ainda criança em Fonte Boa. Muito jovem veio para Manaus, tendo na capital pertencido às tropas da Força Policial do Amazonas, exercendo a função de músico.

5. Josefa Freires de Lima – Não encontramos nada sobre ela. Apenas referências orais de que este era o nome de uma das filhas do casal.

6. Amélia Freire de Lima, nascida em Fonte Boa. Em 1917 consignava-se, conforme notícias vinculadas no Jornal do Commercio, está casada com João Moreira de Oliveira, cujo auto de anulação já havia sido impetrado no Foro de Manaus.

7. Maria Freire de Lima, nasceu em Fonte Boa, em (1890?). Segundo o Almanak Laemmert, de 1925, desempenhou por lá atividades de costura, cuja época chamava-se modista. Preceptora de várias gerações, casou-se com Manuel Fernandes da Silveira Costeira, nascido em Almacave, Lamego, Viseu, Portugal, no dia 28 de dezembro de 1880, e falecido em 29 de junho de 1945. Deles descende Aida de Lima Costeira (1920-1998), que foi casada com José Rabelo de Mendonça (1919-2005), em 02 de setembro de 1939. Desse enlace nasceram, Delphina e Maria Bela de Lima Costeira. Consta ainda, em diversos documentos, que Maria foi professora entre os anos de 1915 a 1918, exercendo o magistério na foz do rio Jutaí, onde provavelmente morava, dado a imensa distância até a sede do município. Estabelecida na Capital, seu nome era comumente divulgado nos Jornais de Manaus, em congratulação a passagem do seu aniversário, no caso, dia 27/03. Nota sobre o casamento da Maria com o português Manuel Fernandes Costeira, publicada no mesmo jornal, edição de 14 de junho de 1917, trazia a informação de que, seu pai, Antônio Lopes de Lima, já havia alçado ao posto de Coronel. Consigna-se ser avó do ex-prefeito do município de Presidente Figueiredo, Romeiro Mendonça, e da Desembargadora do Tribunal de Justiça do Amazonas, Marinildes Costeira de Mendonça Lima.

8. Raymundo Freire de Lima, nasceu em Montserrat. Morou com a família em Fonte Boa, mas depois se estabeleceu em Manaus. Foi Militar da Força Policial do Estado. Lá desempenhou a função de músico junto com seu irmão. Também trabalhou na área da saúde, na chamada profilaxia (1939), instituição responsáveis pela entrega de medicamentos, exames e vacinação. Foi casado com a dona Joana Amâncio da Silva. Teve uma filha, que também se chamava Maria Freire de Lima, nascida no dia 11 de janeiro de 1930, em Manaus.

9. Zulmira Freire de Lima - Matriarca da família Lins (de Fonte Boa). Dela veremos a frente, em capítulo dedicado, um pouquinho mais de sua história.

LINS, Eylan Manoel da Silva. OS PIONEIROS: raízes da Família Lins no Município de Fonte Boa, 2023.

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 03/10/2023
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