Belarmino Ferreira Lins (PARTE V)

FONTE BOA – Terra de Bons Frutos

Aqui, Nossa História se Firma.

Previamente um esclarecimento: o título, Fonte Boa – Terra de Bons Frutos, homônimo do meu primeiro livro (2004), vem em referência a uma ideia Maneco, que costumava dizer, que sua terra pátria produziu ao longo da história, bons frutos, sujeitos valorosos das quais biografias se distingue, políticos, empresários, juristas, educadores, poetas, gente do povo, e outros mais.

Há muito venho dizendo que esse lugar sempre esteve presente em mim. Embora nascido em Manaus, me considero fonteboense de coração. Por lá passei boa parte da minha vida, constitui família, vi nascer meu primeiro filho, vislumbrei seus processos históricos e sociais, e conheci o afamado barranco onde brotava a flor de girassol, que Zulmira tanto recordava enquanto criança.

Esta “terra de bons frutos”, que dispõe de uma história com mais de três séculos, nasceu aldeia, “legitimou-se” à sombra de um símbolo cristão plantado no alto de uma colina: a cruz de uma Igreja, de um império, e de um poder temporal. A alvorada dessa representação histórica, conforme descrevi em outra oportunidade literária, se deu:

No findar do século XVII, quando o Jesuíta, “Samuel Fritz” descendo o rio Solimões, a serviço da Coroa Espanhola, fundou em fevereiro de 1689, entre a foz dos rios Juruá e do Jutahy, na aldeia dos Jurimáguas, localizada à margem direita do Paraná do Cajaraí, a Missão Religiosa “Nuestra Señora de Las Nieves de Los Yurimáguas”.

Com a expulsão dos espanhóis, ocorrido em 1710, a aldeia (ou o que sobrou dela), foi restaurada pelos frades Carmelitas portugueses da Ordem do Monte Carmo. Envolta a inúmeras conjunturas, a Missão Religiosa se tornou, Lugar, depois foi elevada a Freguesia, em seguida promovida a Vila, e somente no dia 31 de março de 1938, é que ascendeu a categoria de cidade.

Fonte Boa tão exaltada em prosa e versos, também se traduz na música do poeta Rosábis Montezuma, cuja letra premia a querida pátria cabocla, cantando:

O vento na folha do limoeiro / ai que saudades me dá /dessa terra tão bonita / que a natureza quer levar. Essa terra que é Fonte Boa / que atrai o cidadão / quando pensa em voltar / diz que dói o coração.

Este lugar, carregado de simbolismo, alegorias e sentimentos de benquerer, foi para Belinho sua segunda terra pátria, vez que, além do sentimento de pertencimento, após deixar o Ceará, assim como fizeram tantos outros nordestinos, continuou nesse chão escrevendo sua história social. Dito de passagem, a presença desses, e muitos outros migrantes, provocou nessa vila uma série de mudanças estruturais significativas, bem como ajudou a criar sua identidade. Carece, portanto, a historiografia local promover o resgate desses nomes/sobrenomes, com o intuito de preservar a história dos que, indissociavelmente, ajudaram a construir Fonte Boa, esta terra de bons frutos.

LINS, Eylan Manoel da Silva. OS PIONEIROS: raízes da Família Lins no Município de Fonte Boa, 2023

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 06/10/2023
Código do texto: T7902652
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.