Carta aberta ao governador Aécio Neves

Primeiramente gostaria de mencionar o quanto admiro sua gestão, seu crescimento político ao longo desses anos e o quanto admiro seu avô.

Não gosto do seu partido nem dos tucanos,apoio a esquerda mas abriria mão para votação de um candidato do PSDB para a presidência sendo o Sr.

Mas o fato Sr governador é que não deixo de pensar que o Sr nunca, literalmente nunca anda de carro pelo centro de belo horizonte ou toma quaisquer avenidas movimentadas de fluxo sentido bairro – centro .

O Sr governador mora muito provavelmente na pampulha ou belvedere ou algum desses bairros que não necessitam passar pelas grandes vias de acesso e não tem ciência do inferno de quem precisa fazer esse mesmo trajeto todos os dias ,obviamente desconhece na pratica a saga de grande parte dos belorizontinos para ir ao trabalho e voltar pra casa...daqueles que moram longe e precisam levantar 3 horas antes do trabalho porque alem da viagem que fazem ainda precisam lidar com o transito.

Não posso entender como em uma grande capital planeja com êxito a criação da linha verde e se esquece que existem apenas 2 avenidas que levam a única rodoviária da cidade , e ainda sim se cogita transferir para um lugar melhor a favela são josé o que é muito adimiravel na parte social mas complica ainda mais o que será feito com o espaço que sobrará da favela.. uma rua que jogaria todos os motoristas que moram nas imediações venda nova,toca da raposa direto na trincheira ,direto no elevado,direto na pontinha do centro e isso me leva a pensar que quem já quer se matar pelo horror que se tornou voltar pra casa ter ainda mais motivos.

Eu sei que o Sr tem todos os papeis e todas as informações nescessarias que lhe transferem os seus assistentes e em reuniões a infra estrutura da cidade não é esquecida mas gostaria de salientar que saio do trabalho as 6:15 da noite ,porque faço pouco tempo de almoço,chego mais cedo e me virei pra conseguir sair tão cedo pra que ao menos eu tenha uma chance ou esperança de chegar em casa quem sabe algum dia ou outro num horário descente ou quem sabe conseguir fazer um curso depois do trabalho... mas eu chego em casa as 8:30 da noite .. o meu bairro possui apenas uma linha que vai ao centro da cidade com pouquíssimos carros rodando.. carros que passam de 40 em 40 minutos em horário de “rush” ... pois bem isso acontece .. os vizinhos já se acostumaram e eu tb .. então me viro pra que no horário que ele passe eu esteja lá.. mas isso não adianta porque um percurso que sem transito eu faço em 40 minutos tem sido feito em quase 2 horas e meia ... e convenhamos isso é uma coisa de matar qualquer um de raiva..

De manha cedo a coisa não é muito diferente ,já cheguei a trocar o horário de trabalho 4 vezes,não há o que eu faça sempre chego atrasada.. cheguei a pegar 2 onibus antes do que eu deveria pegar pra chegar no meu horário.

Eu tenho vontade de quebrar a pedro II e a catalão.. fazer desaparecerem, as vezes fico 40 minutos só desfilando na pedro II ,

Sr governador e estamos todos pagando nossos impostos , todos insatisfeitos com as taxas, todos presos na malha do comércio que suga o trabalhador mas fazendo o nosso melhor com dignidade .. pois bem Sr governador, o que pedimos é muito pouco.

Pedimos pra voltar pra casa com o pouco de humor que nos resta, pedimos para não precisarmos gastar um terço da nossa vida no transito da cidade, pedimos pais de família mais cedo em suas casas ,nem menciono a redução dessa jornada desgraçada de trabalho mas que pelo menos nossa parte sendo feita a da cidade também seja feita por nós,queremos continuar gostando de bh,queremos continuar planejando criar nossos filhos em bh e dizer que aqui tem de tudo,uma grande metrópole com ar de interior.Porque no momento .. estamos ODIANDO bh!

*Email enviado e espero ter sido lido por quem quer que seja.

http://www.democracia.com.br/parlamentares/parlamail.asp?t=3&cp=6&me=

Pher
Enviado por Pher em 21/07/2008
Reeditado em 05/08/2008
Código do texto: T1090003
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.