Pedido de Namoro: Não.

Fulano,

Eu nunca imaginei...Não. Minto. Eu imaginava. Pensava em como seria o seu pedido em namoro. Pensava em um dia, olhando o mar azul e com o céu iluminado pelo sol brilhante, você me pediria. Pensava em um abraço, que seria seguido de um beijo, após o pedido. Também pensava em como me pegaria no colo, de um jeito fraternal até após a minha resposta afirmativa. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário. O seu pedido veio da forma mais fria e não convencional possivel. Nem vou me delongar sobre como foi o pedido, porque isso não merece comentário. O que merece ser explicado foi como eu fiquei. Todo o meu sonho, de pedido romântico, de olhares apaixonados foi jogado fora. Seu pedido veio forçado, quase vomitado, devido a um questionamento meu. Foi como, uma resposta, aos meus comentários a respeito da sua covardia e seu medo. Eu sei, mas que ninguém, o que é sentir medo! Porque foi o que eu senti quando arrisquei ficar ao seu lado. Mas pedir em namoro é algo unico. É como escolher, nas estrelas do céu, uma para chamar de sua. É como escolher na praia, uma conchinha entre as milhares que perdidas lá ficam. É apelidar alguém de seu e deixar ser apelidado de dela. É dividir sonhos, jujubas e sorrisos. É mostrar ao mundo no seu olhar que você é feliz porque ama. Mas eu me perdi. Quando ouvi seu pedido. A dor e a confusão tomaram conta do meu peito, como fogos de artificio tomam conta do céu na noite de ano novo. E eu pedi um tempo. Para pensar. E no dia marcado para te dar a minha resposta, você não apareceu. Fiquei sozinha. Me senti abandonada, usada, infeliz. Quando não deveria, porque minha resposta seria não. Mas o fato é que eu queria que você me dissesse "está errada". Me provasse que "não" era a resposta errada. Me mostrasse meu erro e me fizesse correr para seus braços.

Mas... não. Simples como a minha resposta.

Sumiste. Por dias. Fiquei a esperar. E nada. Até que você surgiu. E eu, esperançosa disse não. E tu, não relutou. Não aparentou tristeza. Meu não, nem sequer te fez argumentar. E o meu não me fez ver que você não era para mim. Com certeza, não.