Carta ao meu amigo M .’.

Caro amigo e Ir .’. Recebi sua missiva na semana passada, e, te confesso que me surpreendi com a sua empolgação. Sua curiosidade acerca da filosofia e da busca interior está acima da média dos jovens de hoje em dia, mas ainda não tenho certeza de que estás pronto para aprender... Lembra-te do dito maçônico: “Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te”. Não tomes, contudo, minhas palavras como ofensivas, mas como singelas admoestações, pois não é meu interesse alijá-lo de sua busca, e, sim mostrar-lhe que para tudo há um tempo neste mundo, e embora não dê muita importância à advertência do mestre Papus quando diz “ser este o caminho dos réprobos e dos malditos, e, aquele que o trilhar tem de estar disposto a suportar as três grandes expiações iniciáticas; saber sofrer, saber abster-se e saber morrer”. Deveria ponderar sobre este sábio conselho antes de se atreveres a formular a pergunta interna em busca da Luz.

No entanto, caro Ir .’. Toda semente depositada no solo morre (pois sabemos que é preciso morrer para se renascer), mas quando é chegada a época, ela (a semente) germina e irrompe a escuridão da terra em busca da luz... Por isso peço que medites em minhas palavras. Pense, pense e pense, e, se ao final de suas maduras reflexões ainda mantiverdes aceso o seu desejo e uma vontade resoluta e inflexível, então cuidarei em guiá-lo do interior da terra para a superfície, das trevas para a luz do sol! Guiá-lo-ei com prazer até os Portais de nossa amada Ordem.

Fraternalmente,

Z .’.

Tristan M L Florentini
Enviado por Tristan M L Florentini em 22/08/2008
Código do texto: T1141466