PRIMEIRA CARTA AOS AFASTADOS DA IGREJA E DA COMUNHÃO COM CRISTO

PRIMEIRA CARTA AOS AFASTADOS DA IGREJA E DA COMUNHÃO COM CRISTO

I

Amados, por que necessitamos da presença de Cristo em nossas vidas? Porque Cristo é a exata expressão do amor de Deus. Quando o primeiro casal, desobedeceu as ordens do Criador, conseqüentemente, cometeram pecado e perderam a divina aliança, desfazendo assim a comunhão com Ele, pois há uma distância muito grande entre o que é santo e puro em relação ao que é profano e impuro, assim ao perderem a confiança que tinham, ou seja a exata expressão do amor Dele, já não tinha o mesmo sentido no coração do homem, que apesar de fazer a escolha errada, nunca deixou de ser amado pelo Todo-Poderoso. Com isto, ficou uma lacuna, uma carência imensa e intransponível no ser do homem. Deus pela sua infinita misericórdia, resgata a comunhão perdida, em Cristo. Pois com o pecado, homem havia perdido a sua imortalidade, houve a separação do corpo e da alma/espírito, fomos assim predestinados a morrer fisica e espiritualmente. Adão e Eva, perdeu o acesso a árvore da vida, ao optarem pelo acesso a árvore do bem e do mal. Assim, simbolicamente, Jesus Cristo, representa a árvore da vida (Ele é o pão da vida, fonte de águas vivas), somente n’Ele, nos é proporcionado o acesso à Vida Eterna, na ressurreição dos mortos e dos vivos. Isto é, mais do que simbólico, é real, é um fato porque Ele (Jesus) se fez carne e habitou entre nós (foi crucificado, morto e ressuscitado), está vivo à direita do Pai Todo-Poderoso.

Assim devemos amar a Deus sobre todas as coisas, sim, porque se a mãe que tem um filho, tem a coragem de o abandonar, e se nosso irmão ou irmã, não fala conosco, depois de uma briga, uma discussão, uma indiferença... bem como, nossos filhos e amigos... Se o marido se separa da esposa e se a esposa do marido, se acaba o amor, se até mesmo nós deixamos de nos amar. Se odiamos, se nos ferimos e nos matamos. Mas... Deus não! Ele é a plenitude do amor, não faz acepção de pessoas, Ele é misericordioso e, nos perdoa e nos recebe de braços abertos da maneira como nós somos, ama o pecador e abomina o pecado.

Devemos amar ao próximo como a nós mesmos, através de um amor que somente pode ser justificado por Deus, não somente pelas nossas ações boas, nossas intenções morais, aquilo que bem achamos ser ou não ser, não! Este amor pelo próximo, se dá de uma maneira peculiar, pelo amor daquele que primeiro nos amou incondicionalmente, pois nosso amor haverá de ser sempre condicional, quer queiramos, ou não! O amor justificado pela carne, pelo homem se justifica no amor enquanto se é amado, todavia há um amor que expressa entre nós a idéia do amor de Deus, que é o amor de mãe, este sim! É um amor, que se doa, que dá até a vida pelo filho, amor daquela que se tiver que passar fome, frio e sofrimento pela sua cria, não se furta de padecer se preciso for... Sim, no amor e pelo amor, haveremos de justificar nossa existência, que nunca será vã, vã passagem nesta terra de peregrinação, mas ainda temos muito que aprender uns com os outros. Enquanto Deus nos assiste, nos dá a devida medida e porção do amor Dele.

”Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor nada seria.” I Coríntios, cap 13;1-2.

Amados, que pela fé e amor, em nosso Senhor Jesus Cristo, permaneçamos firmes, buscando a mais excelente vitória, e benção da Salvação, e conseqüente, VIDA ETERNA.

Rio de Janeiro, em 24 ago 08

II

Como é viver com e para Cristo? é um ato de fé, amor e esperança, é nos doarmos a cada instante em prol do Evangelho, buscando nos renovar e nos purificar interior e exteriormente, buscando um sentido maior e melhor para nossas vidas, respirando e almejando ares mais sublimes do que aqueles que aspiramos em nosso dia-a-dia, pelo anseio de algo mais excelente, quando encontramos uma paz que excede todo entendimento, uma paz tão verdadeira que nos preencher o ser. Viver em Cristo, e para Ele, é procurar fazer a vontade do Pai, é uma doce responsabilidade, tarefa importante, sem inibição, nem restrição, é não nos preocuparmos se estamos ou não agradando às pessoas que nos rodeiam e convivem conosco. Mas procurando fazer o certo em benefício delas próprias, e o nosso. Pois muitas das vezes vamos de encontro à vontade daqueles que nos amam... mas Cristo é a expressão do amor de Deus em nossas vidas, Cristo nos convida para uma felicidade plena, para aqueles que sabem que buscam Seu Reino, que não é deste mundo, bem como Sua justiça, quando as demais coisas são acrescentadas. Sim, Jesus nos diz: “no mundo tereis aflição, mas tende bom ânimo, porque eu venci o mundo”. Ele nos convida para estarmos com Ele na sua Mansão Celestial, nos convida para cearmos juntos. E, a todo instante nos oferece a paz que vem Dele, “ eu vo-la dou a paz, não vo-la dou como o mundo a dá”. E, nesta atmosfera, passamos a ser sal e luz, cada vez que vamos nos envolvendo com a vida suprema de Deus. Cada vez que vamos fazendo a diferença na vida dos outros, e em nossas próprias vidas, quando nos dedicamos, nos doamos em prol dos Evangelhos, obtemos resultados inimagináveis, começamos a ver os frutos através das obras. Todavia, ser sal é temperar a vida das pessoas com bons testemunhos, bons exemplos; sendo solícitos, amáveis e benignos.”Vós sois o sal da Terra; e se o sal for insípido,como que se há de salgar? Para nada aproveita senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se coloca uma candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.Assim resplandeça a vossa luz diante do homens,para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” Mateus 5;13-16. Em contrapartida, a luz que é para emitir claridade e iluminar a vida das pessoas, semelhante ao sol que a tudo aquece, os filhos da luz refletem a Sua luminosidade, Sua santidade: “A vida estava Nele, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram. A verdadeira luz que ilumina a todo homem estava chegando ao mundo, estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que Crêem no seu nome.” João Cap 1;4-11.

Assim o verdadeiro caráter da vontade e intimidade com Deus, é uma necessidade feliz de estar debaixo da Sua graça e do esconderijo do Altíssimo, de descansar no Senhor, sim, à medida que passamos a nos envolver mais com a obra de Deus, que almejamos a cada dia estar na Sua presença, começamos a ser entronizado no lugar Santo dos Santos. Isto é, vamos desfrutar da vida de Deus, nas nossas vidas, mas tem que haver um esforço, haver renúncia, consagração e separação de tudo aquilo que nos impede para estarmos mais próximo Daquele que é galardoador dos verdadeiros adoradores, “sabendo que todas as coisas prosperam para aqueles que o temem”. Justamente quando nos entregamos mais, e começamos a nos integrar na obra evangelística, aptos a manejar bem a palavra, viva e eficaz; e o que é uma palavra viva, é a palavra de fé, vivenciada e transmitida, da maneira como procedemos e agimos com os outros. Tende a ser eficaz porque atinge uma finalidade específica que busca atingir um culto racional a Deus, que espera o objetivo na arte do convencimento (cuja ação eficaz é exercida pelo Espírito Santo), para que o homem se arrependa dos seus maus caminhos, e deixem de permanecer na condição de desviados da fé, para se colocarem como filhos da luz (Cristo), e resgate a falta de comunhão com o Altíssimo. Muitas das vezes, a pessoa fora do propósito e desígnio Dele, necessariamente não quer dizer que não tenha fé, todavia esperar que mesmo alegando ter fé, sem que haja o devido temor (arrependimento/reverência) e obediência, não pode ser chamado filho de Deus, mas criatura. Pois intimidade com Deus ocorre na medida em que vamos apostando e investindo mais nas promessas do Reino dos céus, com sacrifício de louvor, com disponibilidade de tempo, promovendo a fé nos corações das pessoas que precisam de uma palavra que as confortem, e que através das orações, jejuns, leitura da Bíblia e, conseqüente comunhão na Assembléia dos Justos, canalizamos assim nossas intenções, gestos, atitudes, anseios, sonhos e esperanças para desfrutar de uma verdadeira relação com o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo – o Cabeça da Igreja. Aí sim! vamos a cada dia tendo uma verdadeira intimidade com Ele, vivendo com e para Ele, buscando ser Santo como Ele é Santo.

III

Assim devemos exercitar a fé que remove montanhas, que é uma fé diferente da fé natural, porque é sobrenatural, poder-se-ia dizer, que toda fé é sobrenatural? Certamente que sim! Porque crer é um processo de investimento, para se ter uma fé verdadeira, tem que se praticar e exercitar, como se pratica e exercita para alcançar êxito nos exercícios físicos, quando se objetiva algo como um atleta, a vitória. Sim,. como se exercita a mente para o estudo, o acesso a um vestibular, e a obter êxito na aprovação de um Concurso Público, onde requer uma disciplina, a fim de alcançar um bom resultado como resposta do nosso empenho, pode parecer estranho colocar o ato de fé, no mesmo nível de interpretação. Mas Cristo nos diz: “aquele que quiser me seguir negue a si mesmo, não olhe para trás, pegue sua própria cruz, e me siga”. Para todo bom resultado, de alguma maneira exige-se um sacrifício, e até mesmo se precisa pagar um preço, Jesus pagou um alto preço por nós na Cruz do Calvário, pela remissão dos pecados. Mas, no tocante à fé, é dito à luz da Bíblia, “ora a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11;1). À medida que vamos caminhando na vida Cristã, vamos recebendo mais desta fé, como uma porção diária em nossas vidas, que nos fortalece, nos dá ânimo, conforme, nos disse o Mestre, “no mundo tereis aflição, mas tende bom ânimo, porque eu venci o mundo” ou ainda, “se tiveres fé do tamanho de um grão de mostarda, e disseres para este monte erga-te daqui para o mar, assim se fará”. Eu creio ser possível, e porque não haveria de crer, se este Mestre, que se chama Jesus, fez e faz vários milagres e curas, nos seus três anos de ministério aqui na terra, vários prodígios, ressuscitou à Lázaro, e a si mesmo. Que por seu intermédio nos leva a doce comunhão com Ele, numa maravilhosa simbologia, da Santa Ceia, através do Pão que prefigura Seu corpo e do vinho, Seu sangue. E, se não compreendermos bem isto, não teremos a devida compreensão do que significa desfrutar de uma fé verdadeira, que nos impulsiona a vermos além das aparências, conforme o Mestre disse para seu discípulo Tomé, você viu e passou a crer, “mas bem aventurado aqueles que não viram e creram”. Nós somos... Pessoas que professam a fé em Cristo! pessoas que estão a cada dia em busca do melhor Nele, na esperança de ver nossos sonhos realizados, mas principalmente de desfrutar da Sua presença em nossas vidas. Sim, a verdadeira fé, não é aquela que apenas está aguardando uma benção, uma resposta de Deus, a verdadeira fé, é justamente aquela de reconhecimento, que somente o fato, de estarmos vivos, com saúde, reconhecendo que existe um Deus Todo-poderoso que nos criou com todo carinho, nos ama, e ainda por cima nos fez imagem e semelhança Dele. Só isso, é um motivo grandioso de buscarmos pela fé, uma chance de ser feliz e de reconhecimento de que nas alturas existe Alguém que se importa conosco e que com Ele podemos dialogar diariamente, e a todo instante, voltados sempre para as coisas excelentes que Deus têm nos proporcionado, “porque os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus, porque não recebestes um espírito de escravidão para viverdes novamente atemorizados, mas um espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! o próprio Espírito Santo testemunha a nosso espírito que somos filhos de Deus”. Romanos 8;15-16.

Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2008-08-26

IV

A intimidade com Deus, é um bem sublime e excelente, à medida que nos aproximamos mais Dele, à medida que através da oração procuramos manter um diálogo sincero e aberto com o nosso Criador, pois um coração quebrantado e contrito, nunca Ele desprezará, um coração daquela pessoa, que mesmo quando vier a errar e/ou pecar, se coloca aos pés do Altíssimo, com um verdadeiro arrependimento, numa atitude feliz de quem não tem nada a temer, nem esconder daquele que honra, a quem tem honra. Deus é santo, bom e justo, temos que nos relacionarmos com Ele nessa mesma dimensão de Santidade, amor e justiça, temos que a despeito de tudo e qualquer adversidade nos colocarmos diante do Todo-poderoso, com temor e tremor, nos colocarmos em oração e contrição, temos que ter uma conduta idônea, para que ao nos achegarmos, nossa consciência não nos acuse, e para isso! Temos que estar de vestes limpas, temos que nos purificar, para que possamos nos alegrar na Sua presença, e não fugirmos como Adão e Eva, quando Deus os visitou na virada da tarde. Sim! Dialogar com Deus, buscando uma intimidade fiel e sincera, faz com que nos revisitamos a cada instante, para ver se há em nós algum caminho mal, algum mal pensamento, má intenção, atitude e qualquer outra coisa que esteja oculta, mas não aos olhos de Deus. Podemos enganar aos homens, e nós mesmos.... mas a Deus, é impossível, porque somente Ele sonda os nossos corações e pensamentos. O meu, e o nosso Deus, está disposto a sentar conosco na sala de estar, está disposto a nos ouvir, a nos acolher de maneira carinhosa, pois um Deus que deu o Seu Filho unigênito por esta humanidade, que tanto tem Lhe tem indignado. Pois entregou seu Filho para nos resgatar das trevas, e que nos diz: ”Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8;12) ou ainda, “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós, sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (João 8;23). É por isso, amados, que ao buscarmos estar afinados com Aquele que nos conclama, para buscarmos o que é mais excelente para nossas vidas, conforme o Apóstolo Paulo, diz, “sede meus imitadores, como eu sou de Cristo”, pois nesta condição começamos a afinar nossos instrumentos pela palavra da verdade, a palavra que liberta e nos exalta ao desfrute do Reino dos Céus, a palavra que nos prepara para um diálogo de plena consagração, de afeto, amor e perseverança e sinceridade, que nos traz o refrigério para a alma, através de uma paz tão maravilhosa, para caminhar em verdes pastos e até sobre as águas, ao ouvir e sentir coisas excelentes que nos conforta, “muitas são as aflições dos justos, mas o Senhor as livra de todas” (salmos 34;17) Sim, pela bem-aventurança e pela graça do Nosso Senhor Jesus Cristo, que não nos chama mais de servos, mas de amigos, é que temos uma certeza tão grande da salvação, uma certeza tão grande de sabermos que obtemos as respostas e as soluções, para os nossos problemas e para adversidades da vida, à medida que vamos amando ao próximo, como a nós mesmos, à medida que nos projetamos para fazer a vontade de Deus, à medida que permanecemos na fé e somos renovados pelo Espírito Santo, nos certificando das suas promessas e bençãos para nossas vidas. “Pois o Senhor é o nosso pastor e nada nos faltará, e nos faz deitar em verdes pastos, e nos guia mansamente a águas tranquilas” (Salmos 23). Sim, é na oração e pela oração, que podemos manter um diálogo com Deus, e descansar Nele, mesmo quando não expressamos por palavras, Ele nos ouve e sabe antes de cada petição, os desejos e anseios dos nossos corações, mesmo antes de chegar em nossos lábios. Mas para isto, devemos conhecer a verdade para que ela nos liberte (João 8;32). E, a verdade é Cristo, o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim (João 14:6).

Rio, em 27 de agosto de 2008

Denilson Marques

(Membro da Comunidade Evangélica Vida da Pavuna)

Poeta, formado em Filosofia na UERJ pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.

E-mail: marques-poeta@hotmail.com

denymarques
Enviado por denymarques em 29/08/2008
Reeditado em 29/01/2009
Código do texto: T1151420