O vento

Havia um longo tempo que eu não sentia aquela brisa sobre minha face. Aliás, não ventava tanto desde a última chuva. Em meu mundo eu só ouvia o som dos meus passos e da minha voz. Duas semanas se passaram desde que senti você pela última vez. Seu olhar não saiu de minha memória... Ficou gravado. Por mais que eu tentasse entender, eu não saberia viver sem as memórias daquele grande amor. O seu grande amor. O meu grande amor. Meus sonhos e eu crescemos e entendemos o que era essa grande vida, esta que sem você, para mim já não tinha mais valor. Palavras, dizeres, pensamentos... Encare como quiser, só sei que esse vento gélido em meu rosto me faz saber que sem você é difícil. A chuva lavou minhas mágoas e o vento as carregou. Mas o que é meu não pode ser tirado nem arrastado. Por isso você continua aqui, nos meus momentos. Aguardei sinais dos céus e presságios vieram até mim. Entendi que a chuva purifica, mas só o vento limpa. Eu entendi o que a vida queria para mim. O que eu queria para mim. O vento pode soprar e a chuva cair, mas eu devia deixar a chama acesa. Sim! A chama do amor que sofreu com o vento importuno vindo da escuridão. Mas ela não se apagou. O que deveria ser cinzas, hoje é labareda. Visitei meus sonhos para lembrar do seu rosto, seu cheiro e seu toque. Então decidi...

O vento já não estava tão forte quanto antes e ver você assentada ali, lembrou-me de quando seu encanto ainda não era meu. Senti seu perfume se misturar com o meu em um simples dizer: “Oi”. Mais do que nunca tive a certeza que a minha escolhida estava ali, diante dos meus olhos, Você mal entendeu o meu repentino aparecimento, vi a surpresa no seu olhar. Minha voz calada disse: “Você está linda”. Com você dentro do carro vivi a utopia novamente. Alcancei o nirvana. Saímos dali, e prosseguimos pelo caminho com folhas esvoaçantes, mas sabíamos que o vento já não estava mais em nós. Durante duas semanas lutei contra minha natureza. Então entendi a rotação da Terra, pois o vento, me trouxe você novamente.

Amorosamente,

Ass: Aquele que confia nos sinais.