Estado mais ou menos

Queria sair do comum, queria criar palavras nunca ditas e exageradas. Não encontro nada disso, talvez porque na palavra mais simples e óbvia estão as sinceras e ingênuas expressões.Penso que te perturbo com esse turbilhão de palavras desconexas, mas para mim é um alívio, algo que contempla o que foi tardiamente dito. Eu poderia calar-me e não mencionar essas palavras que parecem evasivas para você. Vivo em meio a incertezas que procuram um certo conforto, pois não existe outra noção a não ser essa. Digo várias coisas iguais e elas retornam para o mesmo lugar. Ocupo alguns instantes do teu tempo tentando buscar algum alento para meus momentos. Basta que tu leias, procurando um sentido para aquilo que foi calado por algum tempo. O que provoca essas palavras sem sentido e perturbantes; talvez elas cativem em último caso. Respondendo as próprias perguntas,vejo que tudo que sofre um escape e foge na nossa alçada nos provoca desconforto.

Deveríamos questionar as coisas que estão ao alcance, que dão certo, mas não há dados suficientes para discutir tal processo. O escape é questionável, instigante, pois não entendemos o motivo pelos quais as vontades nos são negadas. Encontro-me em um conforto passageiro, um desejo de tolerar e sustentar toda a curiosidade com uma modesta aquietação.

Será que devo parar de escrever, assim como um desatino, colocando esse fardo nas mãos de alguém. No meio desses papéis e dessa confusão não gostaria de esquecer novamente esse hábito que retomei há pouco tempo. Vocabulário esquecido e dormente em minhas mãos e cabeça, por breve despertado. Compartilhar com mais uma pessoa isso tudo; é a verdade para mim, uma descoberta velha.

Essas palavras já podem ter sido ditas em algum momento, mas com intenções divergentes. Cada alusão é vista e reconhecida de uma forma, na maioria das vezes algo trivial. O que importa a maneira que é vista? Tudo está como sempre foi. E tudo como sempre foi merece seu devido respeito oras...Insisto em dividir essa miscelânea desafinada com alguém doce e sereno que demonstra tolerância, e faz a leitura da aquietação que eu sinto, aquietação que retrai e expandi a mente, a clausura do corpo, as idéias em cima do muro seguindo em um discurso conformista e adjetivando-me como um estado mais ou menos de ser.

25/07/08

Giovana Segala
Enviado por Giovana Segala em 11/09/2008
Código do texto: T1173366