resposta à critica

Não tem importância. Não tem finalidade. Necessidade sim.

Escrevo aqui como espécie de desabafo, como um diário que nunca tive paciência de fazer. De forma segmentada e misteriosa. Sem clareza. Sem cobranças. Para ninguém. Mas à quem se interessar. Não é obra de arte. Não deixaria jamais de ser. Que define estas coisas?

Falar de amor, banal? Mas como, se não há nada mais que mova o pensamento e estas mãos que a paixão do amor? O amor é algo extremamente subjetivo. A cada um sua definição. E talvez jamais vencido o tema justamente por isso!

As palavras saem quase autônomas e não poderia conte-las. Ganham vida e não desejo domá-las, não estas. Que vivam desordenadas! Têm, ainda assim, sua beleza. E os sentimentos banais, não para mim! Têm sempre o primeiríssimo lugar. Infundados jamais.

Em toda forma pré-construída, que não deixo de gostar, falta a organicidade daquilo que brota por vezes desimpedidamente. Deixo brotar, nestes casos, não há necessidade de ordenar a forma. Embutidamente ela chega, em seu caos. Amo a forma e a estética. Mas não busco nada mais que a liberdade das minhas palavras, dos meus sentimentos, das minhas paixões em versos e frases tantas vezes confusos. Propositalmente confusos. Despreocupadamente. Sem grandes pretensões literárias. Livres. Muito vivos. Muito sinceros. Verdadeiros. Mesmo que, como diria Platão, ainda sombras do mundo das idéias, por isso talvez mais imperfeitos . Mesmo que talvez mais belos, como o eco que segue as palavras, como diria Oscar Wilde.

Elle Henriques
Enviado por Elle Henriques em 30/10/2008
Reeditado em 30/10/2008
Código do texto: T1255449