CORREDORES

“OS CORREDORES DESSA ESCOLA SE ASSEMELHAM AO DE UMA CADEIA PUBLICA”

Obs: frase de um aluno, endoçada por um professor... Dias depois fotografei o corredor em FOTO PB, revelei e debatemos em sala de aula; o modificamos, pensamos em valores estéticos, metafóricos e simbólicos e produzimos este texto:

Certamente não é esta a feição estética da escola publica que desejamos.

Este túnel que leva ao saber pode ser mais provocador no ponto de vista crítico que tanto almejamos que se transformem as cabeças de nossos alunos, além do mais, sendo eles geradores de transformação, cabe também a nós que plantamos as mudas deste senso crítico neles, perante às coisas do mundo, alterarmos o ambiente, em conjunto, em parceria.

Não simplesmente como enfeite, pois se fosse apenas por esse motivo seria superficial, porém podemos a partir de uma intervenção no espaço, interdisciplinarizar uma série de fatores estéticos, uma vez que temos como missão formar cidadãos sensíveis que sejam capazes de lerem também onde não há palavras.

Quero contribuir a partir daqui, com meus amigos, aliados, parceiros, combatentes (refiro-me, combatentes das mazelas do mundo) ou tantos outros nomes que podemos intitular nossos alunos que são ao mesmo tempo todos os dias professores da gente e nos fazem sentir toda satisfação que é ser Educador.

As percepções são possíveis quando transcendemos o olhar e chegamos a essência ou a falta dela e ao detectarmos, o que considero “ESTADOS VISUAIS MUDOS” ou seja, que não nos dizem nada do ponto de vista de nosso próprio registro humano, por menor que ele seja, temos a partir daí um desafio. Por outro lado isso também desperta a inquietação, peculiar ao artista, de que algo falta naquele ambiente. Cabe então a nós expor aos olhos de todos para que possamos germinar as milhares de possibilidades, foi aí que me veio o desejo inicial de fazer, ao menos por algumas semanas, um painel totalmente branco, somente com o título escrito com spray “SIRVAM-SE” para que os próprios alunos despejem tudo o que desejarem, escrevam naquele local mensagens “do bem” para quem quiser ou se expresse da forma que achar melhor. Tendo em vista que isto será uma recodificação de uma arte RUPESTRE teremos um pouco de cada um de nós num espaço tão vazio de riqueza poética.

Sempre acreditei que o espaço escolar é onde lutamos pelas mesmas causas e sendo assim é inerente a integração entre os mais diferentes cargos e continuo acreditando nisso. Podemos sugerir intervenções inovadoras, que o espaço seja explorado por poesias dos alunos e professores, enfim temos um muro de pluralidades e podemos metaforicamente devora-lo.

Professor Tiago Ortaet (Educação Artística – 2006)

E.E. Pedro Morceli