Adeus Jornalista José Miziara

ADEUS JOSÉ MIZIARA

As perdas sempre marcam o desconhecido e inevitável destino, todavia há perdas que trazem um efeito dominó onde os mais prejudicados são os que não tem força na voz. Aqueles cuja voz é tão baixa que ao ecoar seu som o próprio palato se encarrega de abafar. E estas pessoas menos favorecidas por uma sociedade capitalista, onde uma pequena parcela aristocrática as domina e as engana, perderam o seu grande defensor e porta voz, o Jornalista José Miziara.

Este egrégio jornalista em sua coluna semanal, descrevia sem pejo o panorama político-social da emergente e turística cidade de Angra dos Reis, sem omitir as falhas administrativas, que trazem conseqüências desagradáveis ao povo. O panorama escrito por Jose Miziara, sempre foi uma grande fonte de informação e incentivo ao cidadão para o exercício de sua cidadania na sua abrangência total. Sempre fez questão de frisar que uma democracia, só pode ser exercida se houver transparência de idéias e conduta ilibada de seus legisladores. Suas criticas e observações escritas no decorrer do ano eleitoral, fizeram com que os cidadãos angrenses, mantivessem a memória refrescada para não caírem em erros rotineiros, na escolha de seus representantes.Influenciaram a grande população que não tem mando de voz, e a grande vitória quem recebeu foi o povão, ao ver uma câmara reformada aspirando uma nova marcha, sem escândalos ou desvelos, para não mais conspurcar a imagem do legislativo.

Critico convicto de seus ideais, sempre deixou claro que por trás de acusações há manobras de adversários políticos, que tentam usar as brechas da lei em beneficio próprio e atingir os que são obstáculos de seus pleitos. Na sua ultima coluna, que foi as bancas no dia 28 de Novembro, este inclícito Jornalista bradou a sua preocupação com os funcionários contratados que perderão seus empregos nos gabinetes,bem como, com os mais de 400 nomeados de cargos administrativos de carreira, que ficarão sem seus padrinhos. Serão dias tenebrosos para estas pessoas que ficarão no barco do desemprego, a deriva no mar de novas promessas. As suas gotículas de humor descrevendo as cenas angrenses, davam a sua coluna um brilhantismo jornalístico que alcançava todas as camadas de nossa sociedade.

Infelizmente no dia 29 de novembro de 2008, usando de sapiência divina o Grande arquiteto do Universo o recolheu para o seu lado, deixando em todos nós os leitores e admiradores de seu brilhante trabalho, a saudade, mas também a esperança que as sementes de suas palavras brotem, surtindo o efeito que ele tanto aspirava por uma vida mais justa e igualdade para o nosso povo.

Onde você estiver,tenha certeza que enquanto no mundo dos vivos você permaneceu, anonimamente conquistou o respeito e admiração, de pessoas simplórias que se mantinham informados através da coragem e determinação de suas palavras, que certamente ficarão exaradas na mente de todos por muitos anos. A família enlutada, todas as palavras de consternação encontradas no lexo seriam poucas, mas tenham certeza que vocês foram agraciados por terem vivido ao lado de um grande homem que em toda sua trajetória manteve sua conduta exemplar e digna de admiração. Meus sinceros pêsames.

Atenciosamente

ARTONILSON MACEDO BEZERRA

ARTONILSON MACEDO BEZERRA
Enviado por ARTONILSON MACEDO BEZERRA em 03/12/2008
Código do texto: T1317161
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