SUAVES VENTOS

Mesmo que meus sonhos se transformem em lava,

Os vulcões da minha alma permanecerão ativos...

E na erupção dos mais íntimos afetos, seguirei,

Bravamente sobre os verdes campos que restarem...

E nas lindas paisagens, criarei versos,

Poemas ao sol, cartas para o universo...

Que o sofrimento perdoe a fragilidade dos homens,

Que o amor renasça a partir do feto...

Que os corações endurecidos,

Esqueçam as pedras inanimadas...

E aceitem as flores que serão plantadas,

Em um novo jardim de esperanças...

A estreita passagem da vida,

Subitamente se fecha...

No entanto, os laços prevalecem,

Atravessando pontes, ou ruindo selas...

Que meus olhos enxerguem claramente,

As fraquezas que habitam em meu coração...

Mas que meus braços confortem,

E minhas palavras sensibilizem então...

Que no gesto do silêncio,

Eu também propague o exemplo,

Ante às dores do mundo,

Ante às súplicas que fomento...

E que nas últimas horas da tarde,

Eu não caia no simples esquecimento...

Que a noite me chegue sorrindo,

Com luzes, e suaves ventos...