As palavras

Escrevo e não sei como!

Acontece também de não me lembrar depois do que foi escrito...

Como se as palavras não partissem de mim, ou ainda como se estivessem em algum lugar dentro de mim que não me fosse possível alcançá-las....

Elas têm vontade própria!

Saem do lugar onde se escondem, aparecem e vão embora, me dão apenas algumas lembranças, poucas, do que disseram...

E eu fico arquitetando modos de me lembrar, mas elas me vão de todo.

São palavras para outros, pra ficar em outras memórias, não na minha.

Talvez sejam a minha voz mais branda e forte, que fala em uma língua que só almas decifram...

Eu, pedaço de corpo achando ser mais, não me lembro do que, exatamente , lhe foi escrito.

Sei que não menti, e nem minto, no que disse ou que digo, porque a voz que fala é a da verdade em mim...

Mas sou incapaz de me lembrar detalhes e tempo por você não gostar do que lê e não me lembrar sequer...

Mistérios...

O que eu vou fazer com todas essas palavras escondidas em mim?

Ah, vou deixar a porta aberta deixar que sigam livre por onde quer que queiram...

Mesmo que depois eu não me lembre do que foi dito...

Ainda que depois, não sejam nem lembranças minhas...

Taynná Monteiro Gripp
Enviado por Taynná Monteiro Gripp em 13/02/2009
Código do texto: T1437472