A Laranjeira
Procurava uma sombra sobre aquela Laranjeira,
Repleta de frutos recém amarelados...
Em seus galhos notei uma cor envelhecida com o passar dos anos,
E os espinhos que ali protegiam a mãe reprodutora....
Vi que ao seu redor haviam milhares de folhas secas,
Espalhadas sobre a grama clorofilada...
Elas remontam verdes passados que já foram presentes,
Em ciclos inacabados de bonança e fartura...
Percebo também que os frutos podres caídos no chão,
Alimentam os animais silvestres que ali livremente passeiam...
Além de nutrir a terra ali exposta,
Fertilizando o solo para as amigas minhocas...
Colho um fruto entumecido e esbelto,
Descascando-lhe tranquilamente com um pequeno canivete...
Primeiro uma leve acidez externa-se a cada centímetro desnudo,
Até que no fim, obtenho a carne do fruto...
Saboroso e rico, eu lhe absorvo,
Em proteínas salutares...
O fruto da vida que propõe,
E sincronizadamente, mantém outras vidas...
Assim são todos os frutos bons...
Primeiro a boa terra lhe aceita,
Posteriormente, o bom adubo lhe vitaliza,
Para no fim, a boa árvore ser eleita...