QUERIDO IRMÃO.

Passei a semana toda procurando uma porção de palavras bonitas pra te dizer. O sentimento que tenho por você é um pouco confuso, às vezes é amor de irmão, às vezes de amigo e até de pai. Acho que dependendo da época, você representou tudo isso na minha vida.

Lembro-me do dia 15 de julho de 1965, como se fosse hoje. Ainda na parte da manhã, a mamãe foi levada ao hospital Marechal Rondon, papai estava um pouco preocupado, afinal mamãe já não era tão jovem e tivera uma gestação difícil. Mas graças a Deus e ao Dr.Gil, você chegou saudável e eu tive o privilégio de escolher o seu nome. Era pra ser Cláudio, goleiro do Santos na época, mas eu me confundi e falei Edson e em homenagem ao Dr. Gil ficou Gil Edson. Aproveito da oportunidade e quero que você saiba que os três anos a seguir que o papai esteve ao nosso lado ele te amou e mimou. Você foi a sua última paixão.

Mano você é um guerreiro, perdeu algumas batalhas, ganhou outras. As derrotas não devem ser confundidas como fracassos, mas sim como aprendizados. Mano viva intensamente o presente, o futuro é incerto e o passado não existe. Cuide da sua saúde, procure ter uma alimentação saudável, afira a pressão periodicamente. Faça tudo isso por nós que te amamos, sua esposa, filhos, netos, mamãe, Joana e eu. Volte quando julgar conveniente, estarei a sua espera para reiniciarmos uma outra página das nossas vidas. Obrigado por você existir, obrigado por ter um filho com o meu nome - a maior prova de amor que recebi em toda a minha vida. Até breve.