queéonossoamor

Flor,

diga me, que é que é o amor?

que é que é o nosso amor?

eu preciso tanto,

preciso tanto te cuidar,

ter-te pra mim,

egoístamente minha te quero,

e autruístamente seu eu sou,

e me entrego a esse amor,

esse amor solitário, totalitário,

totalitário por ser sólido,

completo e inocente, puro e real,

estritamente sentimental,

de tal forma imortal,

surreal,

ferido pelo amor,

doído e com sabor,

supremo agradável,

instável e estável,

o liquidificador do nosso amor,

que chacoalha aqui e acolá,

na mente, na gente.

Que é que é o nosso amor?

é a força que me move,

é o o próton do meu átomo,

é o núcleo da minha célula,

é meu todo coração,

é agora minha louca ilusão,

minha certeza cega e certeira

da direção que quero,

da vida que espero,

do desespero,

é o pra sempre que entrego,

no trigo do seu pão,

no café da nossa mesa,

na loucura do nosso sobrado,

no medo do nosso instinto,

no desafio da nossa fraqueza,

na certeza da nossa fortaleza,

no sono ao seu lado,

no domingo dormindo acordado,

com preguiça e esfomeado,

por você loucamente tarado,

insanamente desvirtuado,

desligado do abismo do passado,

debaixo do edredon enfiado,

um sorriso ensolarado,

dois pratos lado a lado,

uma briguinha de cão e gato,

um carinho sapeca,

de vez enquando uma creca,

longe de ter pressa,

ler o que interessa,

uma mordida,

e duas lambidas,

te puxo o cabelo, te mordo o queixo,

te judio pra te cuidar,

te cuido com meu louco judiar,

o judiar do amor

o judiar do egoismo que é meu,

te cheiro e deito no seu colo,

pra te levar embora

te enrolo,

te enrolo no meu cabelo,

te desejo na minha sauninha,

a luz

azulada no teu rosto,

minha lua,

meu satélite, a órbita do meu mundo,

seus olhos, os meus jarrinhos de flor,

que rego com meu regador,

de vontade,

as vontades que jorram em nosso jardim,

metamorfose viva, borboleta da sorte