OS GOLFINHOS TAMBÉM AMAM
 
 
Imaruí, SC, 31 de outubro de 2009
 
 
Sempre querida Chandinha,
 
 
Foi com o coração aos tropeços que te vi através da câmera (Web), eu confesso que nada mudou em ti, a não ser um novo banho de cultura européia que te fez muito bem, e aquela beleza inconfundível de menina crescida e madura.
Ontem à noite, eu tive momentos e senti vontade de fazer aquela pergunta que te fiz em 2005: Alguém já te disse que és linda? Deveria ter feito, mas eu não quis interromper a narrativa de tuas andanças pela Itália, Espanha, França e Finlândia e Estocolmo, aliás, esse roteiro já havia sido sonhado por nós dois.
É sempre bom te ver assim, alegre, linda, radiosa e confiante, mas agora aproveito essa oportunidade para te dizer que nós temos um débito para com o nosso próprio destino. Quando vou à Laguna sinto muitas saudades daquele tempo em que passamos juntos, inclusive, eu vi alguns golfinhos que pareciam dizer o teu nome com aqueles seus guinchos peculiares e alegres.
Ah, um deles, o mais arteiro me confidenciou que tem saudades de ti.
A nossa visita ao farol de Santa Marta também é algo que não me sai da lembrança, particularmente, eu acredito que aquele facho luminoso ainda pode nos direcionar para eventos novos. Pois tínhamos tudo para dar certo, tudo parecia se encaminhar a um bom termo, entretanto correntes contrárias desvirtuaram os nossos propósitos e afastaram todos os nossos desejos.
Confesso que ficaram em mim lembranças saudosas, e hoje se me fosse possível, repetira a tudo com muito mais empenho e dedicação.
Hoje, olhando nos teus lindos olhos e no teu jeito de ser, eu acredito que ainda existe muita coisa represada (emoções), que poderão ser vivenciadas se soubermos lidar e nos deixar levar livremente pelos impulsos de nossas almas.
Nada em mim mudou durante esse tempo em que nos afastamos, a não ser, é claro, mais alguns dígitos que o tempo teimoso marca impiedosamente a nossa passagem por aqui. Mesmo assim, teimosamente ainda sonho com possibilidades para nós dois, pois tenho a certeza que não nos encontramos por um acaso, pois para tudo existe uma explicação.
Quase sempre é muito difícil compreendermos os lances inesperados do destino, mas ainda acredito que somos iguais aos rios, que sinuosamente atravessam as planícies para desembocar mansamente no mar.
Esta cartinha está ficando muito árida, o que não é do meu estilo ou costume, prefiro sim escrever de uma forma mais idílica para, dizer para ti o que ainda está plantado em silêncio no meu coração.
Espero que tu tenhas aproveitado bem a estada em Minas (Formiga), e que tenhas matado as saudades de tua bondosa mãe a Dona Zaíde.
Desejo a ti toda a felicidade desse mundo, e que à noite voltes a sorrir para mim, assim como fazias antes com os teus abraços carinhosos. Sem nenhum escrúpulo, queira aceitar o meu beijo saudoso.
 
 
 
 
 
 
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 01/11/2009
Código do texto: T1899661