Me dê um motivo

Fizeste parte de um mundo que não existia.

E foi o motivo para um momento de ilusão.

Foi motivo pra meus esquecimentos

Mas também foi o motivo para que eu lembrasse

Que tenho obrigações.

Foi motivo para que uma tempestade caísse em meu copo d'água

e me transbordasse pra longe de tudo.

Já foi motivo para que quisesse ver meu rosto mais colorido no espelho...

só pra deixar o gosto do meu batom nos teus lábios.

Mas também foi motivo para que eu me arrastasse como uma morta viva

e não quisesse nem levantar da minha cama

pra não ver o sol

e nem admirar as flores de ipê amarelo que caem aos teus pés pela manhã.

Esta é a cor do meu motivo para querer acordar de certos pesadelos:

entre paredes de pedras cinzentas

o amarelo das florzinhas

e o azul claro dos teus olhos a me desejar um bom dia.

Como não vais ser motivo de tantas coisas,

se ao chamar meu nome diminutivamente (Esta palavra existe? Que diferença faz...? Não preciso de palavras, preciso é de ti...)

faz de mim uma menininha que quer teu colo?

Me dê um motivo;

apenas um motivo

para não te querer tanto, tanto...

Caroline Garcia Cruz
Enviado por Caroline Garcia Cruz em 23/11/2009
Reeditado em 19/01/2011
Código do texto: T1939280
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