Amor vivido

“Vou amá-la para sempre, porém chegará o momento em que não poderemos mais viver este amor, tu ainda és um passarinho, que tem sede de voar por esse mundo, do qual eu já não mais pertenço, meu amor”.

Que frase tocante de ser ouvida, minha pele se arrepiou, meu espírito sentiu desespero, minha carne o chamou de mentiroso e grotesco.

Quão imatura fui ao duvidar dos teus sentimentos, hoje mais que provados como sinceros. Jamais pude imaginar deixar de viver esse sentimento junto de ti, que me salvou do abismo, que me trouxe ao mundo dos vivos, abandonando o estado existência sem vivência. Busquei planos e técnicas para que o amor jamais fugisse. Eu que não havia amado mais ninguém, me apaixonado muitas vezes e assim as esquecendo rapidamente. Será que devo abandonar meus anseios?

Isto nunca, pois temos que buscá-lo primeiro.

“Será que tu me amarás sem a maquiagem? Amar-me-á na enfermidade?”

“E tu minha princesa me amará na idade senil? Fazendo-me triste ao prender teus vôos?”

Sim, você me amou do seu modo desde que me conheceu, não foi possível rendê-lo, através de técnicas de sedução, afinal identificação de alma, acontece e independe de nós, de corpos, perfumes e sensualidade.

Com você renasci dentre as cinzas de minha alma, descobri o sorriso que existia dentro de mim, porém não entendia perdê-lo. Como viver sem este sentimento que foi a razão de continuar a lutando pela vida? Será que eu o amei como sempre acreditei, ou amei o sentimento que você me proporcionara? Será que foi ilusão? Será que foi amor? Será que foi carência de ter uma paixão? Como vou saber?

Quem sabe um freudiano me diga. Na verdade, nunca saberei pois não quero saber essa resposta.

Fiz de você o meu amor, o meu refúgio, o meu porto seguro, fui apaixonada, fui confidente, fui amante, fui amiga, fui mulher. Hoje, que tudo passou percebo que esse amor jamais morrerá dentro de mim, porque quero vê-lo feliz acima de minhas virtudes ou vontades e percebo que seus olhos brilham ao ver minha alegria e felicidade, justo você que conheceu todos os eu’s ocultos, existentes dentro de mim, o meu lado negro e me amou mesmo assim.

Sou feliz, por ter vivido uma verdade, mesmo que seja minha única durante minha jornada radiante na estrada da vida.

Emoções me surgiram ao lembrar o dia em que nasci para o mundo e você estava lá para segurar a minha mão, o dia em que me fez mulher e senti a virgindade que ainda existia em mim, libertou meus sentimentos e desejos libidinosos mais puros e ardentes que alguém já sentiu.

E hoje o tempo passando, trazendo compreensão por si só, entendo a expressão de tua face, que me fez chorar em seu travesseiro, com tua mão pedindo minha calma, hoje entendo o que nós fizemos por nós para não sofrermos.

Somente loucos como nós podem entender e enfrentar sorrindo tanto preconceito, para viver esse amor loucura, que trazia uma enorme paz aos nossos corações, mesmo sabendo que um dia teria fim.

Não sabemos que novos amores virão. E se virão amores.

Um amor verdadeiro quando vivido nunca se apaga, ele é muito diferente da paixão, traz paz ao coração e dizem que quem o possui “tem sorte” e quando acontecem às fraquezas humanas não são mais fortes. Sou feliz, por ter vivido um amor de verdade.

Fabiana Fernandes Perini
Enviado por Fabiana Fernandes Perini em 14/01/2010
Reeditado em 15/01/2010
Código do texto: T2028767
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