Viagem ao esquecimento

Às vezes erro, muitas vezes, erro feio, do tipo de coisa que quando lembramos temos vontade de esconder a cara. Outras vezes eu acerto, falo e faço coisas que tenho certeza que estão corretas, e que ninguém mais poderia ter feito melhor. Mas independente da proporção em que os dois acontecem é a maneira na qual os outros reagem a respeito das minhas atitudes.

Não me importa o quanto o seu dia foi pesado, quantas pessoas lhe maltrataram, quais oportunidades deixou passar ou as desilusões que sofreu, só vou me preocupar com isso no momento em que vier desabafar comigo. Mas agora, neste momento de mero convívio social, o que levo em consideração é sua educação, aquela que seus pais lhe deram e que não devia ficar só em casa.

Se por acaso acha que estou errada, ou que a maneira com que agi não foi a melhor possível, aceito críticas ou comentários, mas não julgamentos. Se for bancar o juiz em todas as minhas atitudes, é melhor que esteja sempre por perto para acompanhar a evolução, e assim assumir no mínimo uma relação de companheirismo comigo.

Agora se for começar a falar coisas sem nexo, para abusar da sinceridade dos meus sentimentos por ti ou ainda para descontar suas frustrações, pode parar, porque a Cielu que agüentava as suas mudanças bruscas de comportamento, se mudou.

Ela está num lugar especial, num porto seguro, onde só quem realmente a ama pode acompanhar, sem mentiras, falsidade ou interesse, que ela pode se entregar por inteiro a tudo que faz, ao invés de regular pelas metades. Sem precisar fechar os olhos para ver o que gostaria, nem apagar as luzes para acreditar no próprio faz de conta, muito menos fechar as portas do coração para fingir que está se apaixonando.

No lugar dela, está a megera que ouve a voz da razão e que não procura assunto para vir falar contigo, que não está disponível para te amparar até mesmo quando está cheia de preocupações, e que perdoa todas as suas mandraquices. Essa pessoa insensível e cruel que Cielu deixou no lugar dela, não responde aos seus emails de duplo sentido, vestindo a carapuça todas as vezes, e não se deixa abalar quando vê seus erros.

Por favor, não venha com esse seu sorriso lindo, de cafajeste que não vale nada, me estendendo a mão e tentando corrigir os erros escondidos nas entrelinhas. Essas tuas doces palavras ordinárias não vão ser escutadas e esse seu olhar de meigo, apaixonante e quase sincero de conquistador barato não irão amolecer o coração desta mulher decidida a te esquecer.

Cielu
Enviado por Cielu em 31/03/2010
Reeditado em 31/03/2010
Código do texto: T2169144